Doze diretores das duas maiores torcidas organizadas de Alagoas foram presos durante a operação Red Blue, deflagrada, nesta terça-feira (19), em bairros de Maceió. Os detalhes da ação conjunta entre as Polícias Civil e Militar foram apresentados durante uma entrevista coletiva na sede da Secretaria de Estado da Segurança Pública, no Centro da capital.
A ação desarticulou duas organizações criminosas que atuam no estado, que vêm praticando, através de seus membros, diversos crimes motivados pela intolerância esportiva, e contou com o apoio do Ministério Público do Estado, através do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco).
De acordo com o diretor de Polícia Judiciária da Capital e Metropolitana (DPJ1), delegado Lucimério Campos, as investigações foram iniciadas há um ano, após atos violentos que mutilaram pessoas aleatórias em consequência da explosão de bombas caseiras espalhadas pelas ruas da capital e também depois de crimes contra torcedores do Centro Sportivo Alagoano (CSA) e do Clube de Regatas Brasil (CRB).
Ainda segundo o delegado, todo o material que foi encontrado na sede das torcidas organizadas Mancha Azul, no Centro de Maceió, do Comando Alvirrubro, no Poço, como camisas, foi apreendido. “Nós tivemos autorização para apreendermos todos aqueles materiais que não tem qualquer regularidade fiscal. São materiais que fazem apologia à violência e isso não tem relação com o futebol”, afirmou Lucimério.
A Justiça também determinou a suspensão do funcionamento das torcidas organizadas. “Elas estão por decisão judicial, suspensa de suas atividades, até que seja decidido, sob o pedido principal da polícia, e aqui também confirmado pelo Ministério Público, por meio do Gaeco, no sentido de que elas sejam fechadas definitivamente. E também nós tivemos uma decisão da 17ª Vara Criminal da Capital inédita, que foi a de derrubar as redes sociais. Nós já comunicamos a Meta, empresa que gere as contas no Instagram, onde estão são as principais redes das torcidas, e estamos aguardando o prazo de 48 horas concedido pelo Judiciário para que as contas sejam derrubadas”, concluiu o delegado Lucimério Campos.
Ao todo, foram expedidos pela 17ª Vara Criminal 32 mandados, sendo 15 de prisão e 17 de busca e apreensão. O trabalho de apuração também foi munido de informações do Serviço de Inteligência da PM, que fez o monitoramento das torcidas no âmbito estadual e interestadual, com o apoio do Ministério Público, atuante perante o Juizado do Torcedor.
O secretário Flávio Saraiva parabenizou as equipes pelo resultado da operação e enalteceu a integração entre órgãos. Ele também assegurou que mais ações de combate a este tipo de crime também seguirão em Alagoas. “O estádio deve ser um ambiente de paz, de disputa sadia e queremos que isso se mantenha em nosso estado. Não deixaremos que essas pessoas, que se dizem torcedores, que agremiações violentas, camufladas de torcidas, continuem praticando esses crimes pelo instinto de perversidade. Parabéns às forças, que seguem na luta para fazer Alagoas cada vez mais seguro, ao tempo que agradecemos o apoio do MP e do Poder Judiciário”, disse.
Também participaram da coletiva do secretário-executivo de Gestão Interna da SSP, delegado José Carlos dos Santos; o delegado-geral adjunto, Eduardo Mero; o comandante do Policiamento da Região Metropolitana da PM, coronel Maciel Pantaleão; a promotora de Justiça Martha Bueno; e os delegados Igor Diego, diretor de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) e Tacyane Ribeiro, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.