A Polícia Civil de Alagoas revelou detalhes da Operação Playboy, durante entrevista coletiva, na manhã desta quinta-feira (11), com as presenças da diretora da Deic – Divisão Especial de Investigação e Capturas, Ana Luíza Nogueira; do diretor da DPJA-1 (Diretoria de Polícia Judiciária da Área 1), Robervaldo Davino, e do delegado Rodrigo Sarmento, da Seção Anti-sequestro da Deic.
A delegada Ana Luíza Nogueira informou que a operação foi desencadeada após algumas semanas de investigação sobre as atividades de uma quadrilha formada por jovens de classe média que praticava sequestros relâmpagos com o objetivo de utilizar os cartões de crédito e cartões bancários das vítimas.
Três jovens foram presos: Denis Viana Sirqueira, 26 anos, Alexandre de Melo Teixeira, 26, e José Idalino Neto, 25. A ação policial da Deic abrangeu os bairros da Ponta Verde, Jatiúca e Poço para o cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão, expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.
Dois outros integrantes da quadrilha também eram procurados – Edvaldo Polido Lins Neto, de 26 anos, que prestava serviços ao Instituto Médico Legal de Maceió, e Sílvio Bismark Ângelo, de 24 anos. Mas, durante a operação descobriu-se que eles haviam sido assassinados no dia anterior (terça-feira) e seus corpos foram deixados no município de Satuba.
A polícia aprofundou as investigações e acabou prendendo o sargento da Polícia Militar de Alagoas, Joseildo Ferreira Cavalcante, com quem foi encontrado um carro locado pelas vítimas – o Fiesta, branco, placa ORG 23-40/Al. A polícia apreendeu ainda com ele uma arma de fogo, possivelmente usada no crime.
Existe a suspeita de que as mortes dos dois rapazes foram “encomendadas”. O militar teria sido “contratado” por uma das vítimas da quadrilha para executar o crime.
A delegada revelou que somente nos últimos 15 dias foram registrados onze BOs (Boletins de Ocorrência) relatando ações da quadrilha, e que as vítimas reconheceram os acusados. Além disso, a polícia recolheu imagens de lojas onde o grupo usava os cartões de crédito para realizar compras, enquanto as vítimas dos seqüestros relâmpagos eram mantidas sob o poder deles.
As compras chegavam até R$ 20 mil, de preferência na aquisição de produtos caros – como roupas de grife, uísques e jóias. “Eles usavam o dinheiro do crime para ostentar riqueza, e gastavam com mulheres e em boates caras”, afirmou a delegada.
As vítimas do grupo eram de preferência pessoas idosas que moram nas chamadas áreas nobres de Maceió (região da orla marítima) e que possuem carros caros.
Com o grupo, a polícia apreendeu os veículos de marca Corsa Classic, Fox e uma motocicleta.
Ascom/PC