O FOLE RONCOU
29 junho 2018
O fole roncou, comadre, nesse sertão velho de meu Deus! Todas as cidades sertanejas fizeram os chamados palhoções para as danças de quadrilha. Quando não havia palhoções do poder público, havia os das diversas comunidades sertanejas nas ruas, nos becos onde a sanfona impagável gemeu à noite inteira. Sanfoneiro bom deu preço, Zé! E quem não pode contratar um cabra bom de verdade, teve que apelar para os CDs em famosos salões de festa, por aí. E se foi com Fala Mansa, Fala Grossa, Manoel Messias, Chameguinho ou com o finado Gonzagão, nem interessa muito. O importante era balançar a roseira com botina simulada e lenço de quadrado no pescoço. Haja cana, menino, que no São João desse ano, até raposa “Expromentou” da branquinha.
É bem verdade que o São João perdeu muito brilho devido ao asfalto em muitas ruas que não puderam acender fogueiras. Mas também ouve grande diminuição dessa prática em inúmeras outras de calçamento ou de terra. As fogueiras nas ruas sofreram uma baixa de mais de 50%. A festa do santo encolheu bastante e o geral passou a ser localizado. Mesmo os fogos de artifício deram o ar da graça, com rojões e foguetes esporádicos Na terra, bombas e traques procuravam lembrar os velhos tempos e muitas palhoças e bares amanheceram o dia despejando forrós.
Ontem mesmo, encerrando a sequência dos três santos, a quadrilha da Escola Helena Braga das Chagas, fechou a parte festiva do mês. A Culminância do Projeto Junino foi um sucesso do Bairro São José que movimentou o grande salão da escola. Vários tipos de brincadeira tomaram conta de alunos e funcionários nas fases antes e depois da quadrilha. Muito esperado também um forró que furou a rotina dos inúmeros dias de aula. No final da manhã, um lanche reforçado à base de comidas típicas, onde o milho novamente foi o rei. E por falar em milho, foi eleita a Rainha do Milho e o Rei do Sabugo, que distribuíram simpatia e mais simpatia pela animada plateia.
Para o ano tem mais, amigo, quem perdeu, perdeu. Foi tinindo de bom.
Clerisvaldo B. Chagas, 29 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1.931