O DRAMA VENEZUELANO
30 novembro 2017
Enquanto prossegue os absurdos na Venezuela, população de vários recantos daquele país tenta escapar da fome, da violência e do desemprego. Muitos batem às portas do Brasil e em outras nações vizinhas, numa fuga em massa das suas origens. Na cidade de Pacaraima, em Roraima, 240 índios são abrigados e alimentados pela organização Fraternidade e Agência da ONU para refugiados. Mas enquanto instituições particulares sociais tentam fazer alguma coisa pelos nossos vizinhos irmãos, o governo brasileiro parece ignorar o drama também em território brasileiro. E lá em Pacaraima, por exemplo, o lugar planejado para 200 índios, é ocupado por 240.
Fluxos de refugiados vão chegando por vários lugares do Norte e ficam perambulando pelas ruas como mendigos, pois nem todas as cidades e lugarejos estão preparados para recebê-los. Dizem que Roraima recebeu mais de 11.000 pedidos de refúgios o que compreendemos como pedidos provisórios. Ninguém quer ser refugiado eternamente. Mas é preciso, pela irmandade do mundo, uma condição mínima em receber aqueles tangidos pela adversidade. Os que chegam trazem a família com filhos menores, situação que agrava a imigração. A estimativa é que 30.000 mil venezuelanos já entraram em Roraima. Lá mesmo na cidade de Pacaraima, os 240 índios serão enviados para Manaus e o lugar ficará vago para receber outros imigrantes.
A Venezuela, oficialmente República Bolivariana da Venezuela, é um país da América localizado na parte norte da América do Sul, constituída por um continente e um grande número de pequenas ilhas no Mar do Caribe. Sua maior aglomeração urbana é a cidade de Caracas, onde conflitos internos acontecem todos os dias. A sede ditatorial de Maduro não assegura a ordem em seu território e os seus cidadãos se dividem em resistência, fugas ou acomodamento. E quando as forças armadas resolvem apoiar um ditador, o país permanece com futuro incerto.
Esperamos mais compreensão do governo brasileiro em relação aos refugiados, para recebê-los dignamente e encaminhá-los para o trabalho com uma assistência decente e latina. Aliás, a fraternidade entre os povos parece ser um dos objetivos das inúmeras religiões do mundo.
Clerisvaldo B. Chagas, 30 de novembro de 2017
Crônica 1.792 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano