Nutricionista foi morta por ter resistido a estupro de assassino, diz polícia

01 ago 2014 - 18:30


Foto: Divulgação PC

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Após pouco mais de 15 dias do assassinato de Renata Almeida de Sá, – que era nutricionista, e saia do seu local de trabalho no veículo Sandero, de cor cinza, de placas AXF-0571, quando foi abordado pelo assassino,- a Polícia Civil de Alagoas (PC/AL), chegou ao homicida confesso da jovem que tinha 26 anos.

Segundo o delegado Cícero Lima, titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), a polícia judiciária esteve debruçada neste caso desde o dia do crime. Imagens do circuito de câmeras da Secretaria de Defesa Social foram colhidas, bem como depoimentos de pessoas que não tiveram sua identidade revelada para chegar até ao autor Leonardo Lourenço da Silva, técnico de refrigeração, que estava no regime semiaberto desde então.

Ele cumpria pena no sistema prisional alagoano pelo crime praticado contra a sua namorada, em 2004, identificada como Maria Gonçalves Costa, 32 anos, que foi morta com um tiro na nuca, em Satuba, Alagoas.

Leonrado que já tinha sido condenado por outros crimes em Goiás e no Distrito Federal, estava há cerca de 12 anos em Alagoas, e teria voltado a praticar atos delituosos, conforme investigação da Polícia Civil.

No dia do crime, ocorrido numa segunda-feira, 14 de julho último, Leonardo Silva saiu do trabalho por volta das 11h com o intuito de praticar um roubo no bairro do Farol, local escolhido por ele para cometimento de ilícitos.

Em depoimento à polícia, o homicida confesso disse que anunciou o assalto contra Renata Sá, no estacionamento de um hospital, do qual, a vítima trabalhava, e, seguiu com destino a Ladeira do Calmon.

Chegando a um motel por nome de “Amores”, a vítima, de acordo com ele, teria resistido à sua entrada no estabelecimento, e por esta razão, Leonardo teve medo das câmeras na entrada do ponto comercial, e temeu o pior, assassinando com arma de fogo a nutricionista.

O delegado Leonan Pinheiro, responsável pela investigação, informou que a vítima e o criminoso teriam passado cerca de 40 minutos na porta do motel antes da morte de Renata. “Ela não quis entrar no motel, resistiu e por isso foi morta”.

No dia 23 de junho deste ano, Leonardo teria sido o responsável pelo estupro de uma mulher de 22 anos, em um motel no bairro Santos Dumont, que teve ainda o seu carro roubado por ele, um Clio, de cor branca, de placa MVA 5474.

Em 2004, foi também o responsável pelo homicídio da namorada dele, a professora identificada Maria Gonçalves Souza, na Ladeira do Catolé, no município de Satuba, Alagoas.

Colaboração da população

O delegado Cícero Lima enfatizou que graças à colaboração efetiva da sociedade, a polícia conseguiu chegar ao autor destes crimes. “O Leonardo é inteligente, ele limpou provas, subtraiu a aliança da vítima, R$ 60, uma bolsa de roupas e uma bolsa da empresa onde Renata trabalhava. Mas, teve o cuidado de deixar o iphone e o notebook dela dentro do veículo, já que poderiam ajudar a polícia a chegar até ele”, explicou.

“Ele ligou até para o disque denúncia para passar informações anônimas sobre o crime”, emendou a autoridade policial. “Leonardo tem condenações em Goiás e Distrito Federal, cumpriu, foi solto e voltou a delinquir”, acrescentou.

Leonardo também disse em depoimento que teria comprado a arma de fogo usado no assassinato dois dias antes do crime e que usava ainda uma lanterna tática que ilumina e dá choque.

O homicida confesso foi preso nesta quinta-feira (31), no bairro do Farol, por volta das 16h; ele continuava a trabalhar como técnico de refrigeração pelo regime semiaberto até ontem, numa empresa que tem convênio com o sistema prisional.

O tio de Renata Sá, Walter Rocha acompanhou a coletiva à imprensa na sede da Polícia Civil em Jacarecica, bem como outros familiares da jovem, inclusive o pai dela.

Emocionado, Walter Rocha se disse satisfeito com o trabalho da polícia, mas teme que outras Renatas venham ser mortas por conta da lei caduca do Brasil.

“A polícia cumpriu o seu papel, a nossa expectativa era essa mesma. A Renata não volta mais, porém a família está aliviada em saber que o assassino está preso”, concluiu.

Por Ana Paula Omena / Tribuna Hoje

 

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