Peru, chester, panetone, champagne. Tradicionais, as comidas das festas de fim de ano são sucesso entre os brasileiros, mas podem trazer transtornos quando consumidas em excesso. Para que as ceias de Natal e Réveillon não terminem mal, a Vigilância Sanitária Estadual, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), alerta a população quanto a alguns cuidados básicos.
Segundo a nutricionista e gerente do Serviço de Comércio de Alimentos da Vigilância, Márcia Alves, o exagero típico desta época pode desequilibrar a saúde e ocasionar diversos problemas. Os principais são a desidratação e as infecções intestinais, causadas tanto pela ingestão de grande quantidade de gorduras, quanto pelo abuso de bebidas alcoólicas.
“Esse mês é muito festivo e já é hábito que as pessoas preparem muitas comidas e sempre com alto índice calórico. Além das preparações elaboradas, como os perus, lombos e pernis, ainda são utilizados outros elementos cheios de calorias, como as castanhas e o queijo do reino. As confraternizações são naturais e saudáveis, mas é preciso tomar precauções”, diz.
Além dos transtornos imediatos que podem ocorrer – como diarreia, vômito e intoxicação –, os alimentos típicos de Natal e Réveillon também podem ocasionar doenças a longo prazo. Entre elas, estão as cardiovasculares, a hipertensão arterial, o aumento de taxas como colesterol e o triglicérides, além de alguns tipos de câncer.
A nutricionista ressalta, porém, que não é necessário correr da ceia. Para manter a saúde, basta apenas que a população tenha moderação na hora de comer. “É difícil pedir para as pessoas não consumirem, mas o que elas podem fazer, a fim de evitar mais estragos, é conter o exagero, até porque o excesso de sal e de gorduras trans pode acarretar transtornos futuros”.
Uma dica para minimizar os efeitos colaterais é fazer pequenas adaptações. No caso do peru, por exemplo, uma boa escolha é deixar de lado o recheio, parte mais gordurosa e calórica. Já para o consumo de bebidas, o mais importante é a ingestão de água, que ajuda na degradação das moléculas do álcool. Em casos mais graves, entretanto, é necessário procurar um médico.
“Em situações com sintomas mais graves, que não envolvam apenas dor de cabeça, vômito e diarreia, é bom que o indivíduo procure um profissional, que vai prover outras maneiras de hidratação”, acrescenta a gerente do Serviço de Comércio de Alimentos da Vigilância Sanitária Estadual, destacando que a desidratação é causada pela falta de água e sais minerais no organismo.
Procedência – Outro fator importante a ser observado é a higiene. Quem for comer for, deve verificar se o local tem licença da Vigilância Sanitária Estadual ou Municipais, além de conferir se o estabelecimento está em boas condições de limpeza. Os que preferirem comidas comercializadas por ambulantes, por exemplo, também devem ter cuidado. Nesse caso, é necessário observar armazenamento e manipulação.
“É fundamental observar de onde está vindo aquela comida e ver se a caixa isotérmica está limpa. As pessoas também devem prestar atenção nos materiais e utensílios utilizados e se o vendedor está manipulando dinheiro junto com o alimento. Já quanto às comidas industrializadas, é necessário observar o prazo de validade”, expõe Márcia Alves.
O consumo de maionese também requer atenção redobrada, já que o item estraga facilmente e traz grande chance de infecção por salmonella, bactéria responsável pela salmanelose, intoxicação que causa diarreia e sintomas abdominais. A dica é não fazer a receita em casa e, nos restaurantes, observar a procedência – caso não seja possível, o melhor é evitar a ingestão.
Calorias – Para não ficar com a consciência pesada, é importante observar as calorias dos alimentos consumidos no final de ano. Sempre presentes nas festas, as carnes estão entre os itens de maior valor calórico. O peru – desde que sem recheio – é o mais indicado, com 93 cal em três fatias e meia. Já o chester, o lombo e o pernil apresentam, respectivamente, 125 cal, 170 cal e 180 cal.
Uma colher de sopa de arroz branco com passas fornece 45 calorias, enquanto as farofas prontas oferecem aproximadamente 150 cal em cada colher. Na hora da sobremesa, também é preciso moderação. Uma única fatia de rabanada tem, em média, 155 cal e o tradicional panetone, com frutas cristalizadas, apresenta 280 cal em 80 g.
Fonte: Ascom / Saúde