Caracterizado pelas altas temperaturas e pelo calor intenso, o verão exige cuidados redobrados com a saúde. A médica nefrologista Cláudia Alves, que atua no Ambulatório de Especialidades da Universidade Estadual de Ciências da Saúde (Ambesp/Uncisal), alerta sobre a importância da hidratação como forma de compensar a perda de líquido e evitar problemas como cansaço excessivo, dor de cabeça, mau hálito e até, em casos de desidratação severa, insuficiência renal.
“A água é fundamental para a gente. Cerca de 70% do nosso corpo é composto de água. Com as altas temperaturas, a gente libera calor e perde bastante líquido pela transpiração, pela diurese [urina], pelas fezes e até mesmo pela respiração. E esses líquidos precisam ser repostos. A forma mais simples para repor o líquido que nós perdemos é através da ingestão de água”, explica a médica nefrologista.
Cláudia Alves afirma que uma forma simples de perceber se o corpo está hidratado é através da observação da urina. “A nossa urina tem que ter a cor amarelo claro ou ser transparente. Quanto mais clara for a coloração, mais hidratada a pessoa está. Quanto mais escuro ou quanto menor for a frequência de idas ao banheiro, menos hidratada essa pessoa estará, o que deve ser sinal de alerta”, pondera.
A médica nefrologista explica que não há uma quantidade única e padrão de água a ser consumida pela população. De acordo com ela, a quantidade de líquido vai variar conforme o peso, a temperatura do ambiente ao qual a pessoa em questão se submete, a prática de atividade física intensa ou não. “Em média, a gente pede para calcular de 30ml a 35ml por quilo de peso. No caso de uma pessoa que pesa 70kg, ela deve consumir, no mínimo, dois litros e cem ml de líquido”, acrescenta.
Conforme Cláudia Alves, o consumo de líquido deve priorizar água. “Pode ser água mineral, água com gás ou ainda água de coco ou chá. O que deve ser evitado mesmo são as bebidas açucaradas, como bebidas esportivas, refrigerantes e sucos industrializados, porque contêm uma carga muito grande de açúcar. Mesmo os sucos integrais contam com o açúcar da própria fruta, o que não é indicado nestas situações”, afirma a médica nefrologista.
A médica ressalta que, entre as consequências da desidratação, estão a concentração da urina, constipação intestinal, cansaço excessivo, dor de cabeça, mau hálito e desânimo. Em caso de desidratação severa, pode haver uma insuficiência renal. “Para quem tem predisposição, pode haver ainda a formação dos chamados cálculos renais”, conclui.