Sobre Clerisvaldo Chagas

Romancista, historiador, poeta, cronista. Escritor Símbolo do Sertão Alagoano.


NAS ASAS CHUVOSAS DO MARIBONDO

3 Maio 2018


Maribondo (Foto: B. Chagas – extraída do livro Repensando a Geografia de Alagoas)

Quem trafega da região de Santana do Ipanema (Sertão) para Maceió, via Palmeira dos Índios, sempre comenta: “pequei chuva em Maribondo”, (Agreste). Mas o que faz chover tanto em Maribondo? Primeiro vamos passar a vista no quadro abaixo, segundo Elian Alabi Lucci.

Os três principais tipos de chuvas são:

De convecção: que ocorrem devido ao movimento ascendente do vapor d’água que, ao entrar em contato com camadas mais frias, condensa-se e se precipita. Estas chuvas costumam ser violentas e abundantes, próprias de regiões tropicais e equatoriais, onde a evaporação é intensa, em virtude do forte aquecimento que elas sofrem.

Ciclônicas: Surgem em virtude do contato entre frentes quentes e frias. Este tipo de chuva é típico dos países de clima temperado.

De relevo: que têm origem graças à condensação do vapor d’água e a consequente precipitação pelo contato das nuvens com o ar mais frio das regiões de maior altitude. Nas vertentes contrárias, as mais regadas por este tipo de chuva, o ar apresenta-se bastante seco, provocando maior aridez. Um exemplo disto é o que ocorre no sertão nordestino devido ao anteparo montanhoso representado pelo planalto da Borborema.

Maribondo, portanto, recebe chuva de relevo também chamada orográfica, quase o ano todo. Essas chuvas daquele município que permitem criação de gado nas encostas e milho verde o ano inteiro, são provocadas pelas suas montanhas.

Mas também, seguindo a mesma BR-316, existe uma faixa no município de Dois Riachos onde menos chove. Essa faixa em linha reta vai sair nas proximidades de Jaramataia, na linha Batalha – Arapiraca, que por certo faz parte desse fenômeno particular e até agora ainda não estudado.

Além desta apresentação para universitários, chamamos atenção para pesquisadores que possuem recursos os mais diversos e que podem se interessar pelo tema, que tem tudo a ver com a dinâmica dos ventos.

Ê comadre! É comer buchada em Dois Riachos e milho assado em Maribondo.

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de maio de 2018

Crônica 1.893 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

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