“Não há como dar aumento e pagar a folha em dia” alerta secretária de Educação sobre pedidos do Sinteal

26 abr 2016 - 15:00


A gestora da pasta apontou que estudo feito pela Secretaria mostra que não há condições de ter reajuste para os servidores.

Secretaria abordou o aspecto financeiro (Foto: Juca Souza / Ascom Prefeitura / Arquivo)

Secretaria abordou o aspecto financeiro (Foto: Juca Souza / Ascom Prefeitura / Arquivo)

A secretária municipal de Educação de Santana do Ipanema, Maria Aparecida Silva, afirmou que um estudo da Secretaria de Educação aponta que, tanto o reajuste quanto o enquadramento para os servidores da educação deixariam inviáveis o pagamento em dia dos salários. Apesar disso, a gestora da pasta disse que o prefeito Mário Silva deve implementar as duas medidas já que ele se comprometeu com a classe.

Na segunda-feira (25) Aparecida esteve em contato direto com os servidores, momento em que vários deles fizeram uma manifestação, foram até a Secretaria Municipal e deflagraram uma paralisação de advertência. O objetivo do Sinteal foi a busca do cumprimento de acordos com a Administração, que culminou com um novo pacto acordado no final da tarde.

Horas antes do prefeito Mário Silva se reunir com os manifestantes e realizar um novo acordo, Aparecida falou ao site Alagoas na Net e lembrou do acordo anterior feito entre o Sinteal, a Secretaria e o Prefeito. Ela conta que a classe solicitou e conseguiu a garantia de reajuste salarial e enquadramento. “[Foi acordado] 8,5%. Seria 6,5% em março e 2% em outubro”, disse a secretária.

Entretanto, a educadora também comenta que, mesmo com o acordo feito, não foi realizado antes um estudo. “Segundo o Sinteal, desde o ano passado havia sido feito essa solicitação [de estudo], para ver o impacto salarial. Com relação a folha de efetivos, a gente percebe que não tem nem como se dar esse aumento. Não vai ser possível dar esse aumento e pagar a folha em dia”, alerta Aparecida.

Aparecida diz que se esperava acontecer aposentadorias, motivo pelo qual, assim seria possível a colocação das medidas. “Quase 200 pessoas, entre docentes e funcionários entraram na folha da Educação: os novos concursados. E existem 150 pessoas em idade para se aposentar, mas dessas apenas cinco se aposentaram, o restante desiste ao saber que há perda salarial”, disse.

Prometeu, deve cumprir

Apesar de explicar toda a situação, a secretária acredita que o gestor municipal deve aplicar os reajustes. “O prefeito prometeu [o aumento e também o enquadramento], então é necessário que se cumpra”, disse ela, que também completou: “E é necessário que se faça o documento para ir para Câmara, que depende do jurídico. E precisava-se fazer aí um estudo de impacto, além da elaboração das tabelas”.

Ainda durante conversa com a nossa reportagem, Aparecida diz que um grupo formado de servidores, sindicato e técnicos da Secretaria [de Educação] realizou um levantamento na própria administração para ver como ficam as tabelas. “[o estudo] foi encaminhado ao Jurídico, mas faltou estudo pela Secretaria de Administração, que tem um funcionário que é do planejamento, então faltou esse documento”, afirmou.

Presidente do Sinteal

Em entrevista à rádio Milênio FM, na manhã desta terça-feira (26) a presidente do Sinteal – Núcleo Santana, Cristina Alves, comentou o acordo feito com o prefeito, frisando as novas datas acertadas.

Em uma de suas colocações a presidente foi indagada sobre a viabilidade financeira do município em cumprir os pagamentos. Ela explicou que a decisão do prefeito sobre reajuste tratou-se ‘mais de uma questão mais política, do que jurídica’. “A gente sabe que a coisa não está fácil, que administrar não é fácil, mas temos ciência que os atos administrativos foram o que empurrou até essa fase”, ponderou a sindicalista.

Por Lucas Malta / Da Redação

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