Por mais um ano o MST organiza sua Feira da Reforma Agrária em Alagoas, dessa vez em comemoração aos 20 anos de realização da atividade que é um marco para os Sem Terra, sendo a feira estadual mais antiga do Movimento em todo o país.
Com a preparação nos mais diversos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária, os Sem Terra de Alagoas já se organizam para do dia 4 ao dia 7 de setembro, ocuparem a capital Maceió com os frutos da luta pela terra.
“Nossa intenção é que a Feira represente uma grande celebração desse encontro do campo com a cidade a partir da produção de alimentos saudáveis”, destacou Margarida da Silva, da Direção Nacional do MST. “Chegar ao marco dos 20 anos de Feira só é possível pela resistência e organização dos camponeses e camponesas, mas também pelo apoio da sociedade à luta pela Reforma Agrária”.
De acordo com Margarida, a 20ª Feira já vem sendo preparada e organizada do Litoral ao Sertão de Alagoas, “nossa Feira já está no calendário dos homens e mulheres que nos acampamentos e assentamentos organizam sua produção e ocupam Maceió com parte da fartura do que é produzido no campo alagoano, a partir da luta e construção da Reforma Agrária Popular”.
Um desses é Afonso Melo, do Acampamento Maria Eleonora, localizado às margens do Canal do Sertão, no município de Delmiro Gouveia. Afonso conta com animação da sua expectativa e dos demais acampados para a participação da Feira esse ano. “Nós produzimos cenoura, beterraba, alface, coentro, cebolinha… Uma variedade de produtos, em pleno Sertão, onde a gente começa a viver a partir da produção dessas hortaliças, além da produção da batata doce, macaxeira, abóbora, milho, mesmo com as dificuldades do solo, conseguimos com a terra irrigada produzir uma grande variedade de alimentos sadios”, explicou.
“Já estamos preparados para a 20ª Feira do MST em Maceió, levando produtos de qualidade, diversificados e saudáveis, onde a população pode consumir com segurança, pois esse é o nosso prazer, esse é o nosso objetivo na luta pela Reforma Agrária Popular, esperamos que a população de Maceió receba por mais um ano a Feira de braços abertos”.
Programação
Segundo José Neto, também da Direção Nacional do MST, a Feira desse ano deve reunir centenas de camponeses e camponesas de todas as regiões do estado, representando os acampamentos e assentamentos onde o MST está organizado, com alimentos in natura e pequenos processados, todos comercializados com preço abaixo do mercado convencional. “Essa possivelmente seja a principal marca da nossa Feira da Reforma Agrária ao longo dos seus 20 anos. Tudo o que é comercializado aqui é a expressão do que é produzido nas áreas de Reforma Agrária, possibilitando uma comercialização justa para quem produz, mas, especialmente para quem compra”.
“Ainda teremos artesanato, o já tradicional Restaurante Popular com o melhor da culinária da terra funcionando todos os dias e o famoso Festival de Cultura Popular, funcionando todos os dias com dois palcos durante a Feira”, anunciou.
“Esse ano a novidade é a realização das conferências de debate com a sociedade”, disse o dirigente. “Queremos ampliar e fortalecer importantes debates com o conjunto da sociedade no decorrer da Feira, um deles é o debate da produção de alimentos saudáveis e as questões que envolvem a luta pela terra e pelos bens naturais”.
Por Assessoria / MST Alagoas