O Ministério Público Estadual de Alagoas, através da 20ª Promotoria de Justiça da Capital (Fazenda Pública Estadual), iniciou nesta quarta-feira (6) a tomar as providências para apurar a morte da dona de casa Edlene da Conceição Silva, que morreu, no último sábado (02), depois de ter tido um infarto, em Maceió.
Edlene teve que ir a duas unidades de saúde para ser atendida por uma equipe médica. O MP quer responsabilizar os profissionais que neglicenciaram em suas atividades, o que pode ter culminado com a morte da paciente.
O órgão relatou que foram enviados quatro ofícios, um para a Secretaria de Estado da Saúde, à direção do mini pronto-socorro Denilma Bulhões – localizado no Benedito Bentes II -, para a direção da posto de saúde Ib Gatto Falcão, situado no bairro do Tabuleiro do Martins e para o Sindicato dos Médicos de Alagoas.
“Existem responsabilidades subjetivas, para o caso dos médicos e, objetivas, que são dos gestores. Estamos cobrando explicações sobre os plantões, quais médicos e enfermeiros deveriam estar nas unidades e faltaram, quais deles se recusaram a fazer atendimento, o porquê da greve permanecer, já que a Justiça decretou a sua ilegalidade há três meses e por qual motivo o Sindicato dos Médicos apoia a paralisação, mesmo diante de uma decisão judicial que precisa ser cumprida.” explicou o promotor Sidrack Nascimento.
“Estamos falando de vidas. A jovem chegou acompanhada do marido, pedindo socorro, e não foi atendida no mini pronto-socorro Denilma Bulhões. No caminho a outra unidade, desmaiou de cima da moto onde estava, o que provocou o desespero do marido. Uma viatura da Polícia Militar passava pelo local e se recusou a prestar socorro. Então, o seu Josenildo precisou pegar um táxi para poder chegar até o IB Gatto Falcão, que era o local mais próximo. Lá, a esposa dele até foi atendida, mas, como já chegou em estado grave, não resistiu e veio a óbito. Sabemos que a vida não será recuperada, mas, os responsáveis por esse crime serão responsabilizados civil e penalmente”, assegurou o promotor de Justiça.
Família procurou o MPE
Josenildo Jorge da Silva esteve no MPE no final da manhã desta quarta-feira (06). Ele contou detalhes de sua peregrinação pelas unidades de saúde e lamentou aquilo que considerou ‘descaso’ do poder público.
“No Denilma Bulhões, quando chegamos, pedimos socorro. Gritávamos dizendo que minha esposa estava morrendo. Havia uma recepcionista na entrada do mini pronto-socorro ao telefone, e, apesar do nosso apelo desesperado, ela sequer perguntou o que estava acontecendo. Apenas disse que aguardássemos a nossa vez. Os demais profissionais que presenciaram a cena também não se moveram para prestar ajuda. Por isso fomos ao Ib Gatto Falcão. Mas ela morreu porque o atendimento demorou para acontecer. Infarto é algo que até pode ser revertido, entretanto, se o socorro chegar rápido”, lamentou ele.
Por MPE com Redação