O dia do trabalhador e da trabalhadora, comemorado no dia 1º de maio, terá em Maceió uma verdadeira jornada de solidariedade construída pelos movimentos de luta pela terra de Alagoas. Entre esta sexta-feira (30) e sábado (1) toneladas de alimentos vindos dos acampamentos e assentamentos estão sendo doados em pontos de Maceió.
Nesta sexta-feira, desde as 15h cestas agroecológicas foram distribuídas na comunidade da Grota da Alegria. Já no sábado (1) as doações ocorrem a partir das 9 horas, nos bairros da Levada, Gama Lins, Ponta da Terra, Prado, Cidade Universitária, além da Orla Lagunar.
A jornada de solidariedade construída pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento Unidos pela Terra (MUPT) e Movimento Terra Livre, pretende levar além dos alimentos das áreas de Reforma Agrária, máscara e álcool em gel para algumas das comunidades.
De acordo com Carlos Lima, da coordenação nacional da CPT, a atividade é mais uma demonstração coletiva da importância da Reforma Agrária e da agricultura camponesa no combate a fome.
“Mais uma vez o conjunto dos movimentos do campo em Alagoas apresentam para a sociedade o verdadeiro sentido da nossa luta pela terra: produzir alimentos para combater a fome de forma justa e solidária, para que a comida no prato não seja privilégio de alguns”, destacou Carlos.
Segundo o coordenador da CPT, a iniciativa deve chegar a centenas de famílias em Maceió. “Esses dias iremos não só doar o alimento, mas partilhar esperança, aproximando campo e cidade na luta pela vida e por justiça social”.
Caminhos da Reforma Agrária em Alagoas
Ainda como parte da jornada de solidariedade, os movimentos de luta pela terra realizam na próxima segunda-feira (03) um debate sobre os desafios da luta pela Reforma Agrária no estado de Alagoas.
A atividade que será realizada de forma online, com transmissão ao vivo nas redes sociais a partir das 16h30 fará um balanço da luta dos movimentos camponeses nesse último período, bem como debater com a sociedade o papel da Reforma Agrária para o desenvolvimento de Alagoas.
A transmissão ao vivo fará memória aos 25 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, episódio internacionalmente conhecido, quando trabalhadores Sem Terra foram assassinados no estado do Pará.
Débora Nunes, da coordenação nacional do MST, reforçou a importância do envolvimento da sociedade no debate, em especial no atual momento que vive Alagoas e o Brasil.
“É preciso que a sociedade possa se envolver e defender a Reforma Agrária, que não pode ser assunto somente dos camponeses e camponesas. As ações de solidariedade demonstram a força da luta pela terra, com a comida chegando na mesa de quem está na cidade também”, explicou.
Nunes ressaltou que, seja pela volta do Brasil ao mapa da fome ou pelos diversos ataques aos bens naturais, o conjunto da sociedade precisa enxergar a importância e o papel da Reforma Agrária para a transformação da realidade do povo brasileiro.
“Defender a Reforma Agrária é defender a vida! E é por isso que vamos continuar ocupando as periferias, construindo ações de solidariedade e fazendo muita luta em nosso estado e em todo o país”.
Por Assessoria / MST Alagoas