Motor movido a hidrogênio promete menos poluição e mais eficiência

24 dez 2014 - 19:00


Foto: Ilustração

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Quando olhamos para um trânsito assim, caótico e desesperador, fica longe da nossa imaginação pensar que algum dia alcançaremos o fim da poluição causada pelos automóveis ou até na existência de um combustível 100% limpo e renovável. Mas a tecnologia para isso já é conhecida desde os anos 60 e já foi até experimentada pela maioria das montadoras em todo o mundo. Estamos falando do mais abundante dos elementos químicos, presente em mais de 75% de todo o Universo; o hidrogênio.

A Toyota acaba de anunciar seu primeiro modelo a hidrogênio que será produzido em grande escala. O Mirai começa a ser vendido nos Estados Unidos e Japão, agora, em 2015. A Honda e a Hyundai também já possuem veículos a hidrogênio rodando em alguns países, mas o Mirai deve ser o primeiro do tipo vendido ao público geral.

Existem duas formas de usar o hidrogênio em veículos automotores. A primeira – e mais antiga – é em motores convencionais a combustão, como é feito hoje nos veículos que utilizam gás natural. Neste caso, o hidrogênio vai para a câmara de combustão e é queimado junto com o ar movendo assim os pistões. Outra forma, esta muito melhor, é usar o hidrogênio como célula combustível em veículos elétricos.

Segundo o professor, todos esses novos veículos utilizam essa segunda forma; células-combustível em motores elétricos. A eficiência é o dobro do motor a combustão e, mais do que isso, não há emissão de poluentes – a única coisa que sai do escapamento é água!

Com o uso do hidrogênio como célula combustível, a indústria também resolveria dois grandes obstáculos dos carros elétricos: autonomia e eficiência energética.

A verdade é que os automóveis movidos a hidrogênio são uma das principais apostas para o futuro. É uma quebra total de paradigma e muda o perfil de todo tipo de veículo que está no mercado atualmente. O carro a hidrogênio é um modelo totalmente diferente, totalmente novo.

Mas se o hidrogênio é assim, tão fantástico, limpo e ecologicamente correto, porque nunca foi usado em larga escala? O uso do hidrogênio só faz sentido quando se pensa nos problemas ambientais, nas mudanças climáticas em nosso planeta e nos consequentes eventos extremos que estamos vivendo nos últimos anos. Tudo isso, todo esse aquecimento global e o grande efeito estufa é alimentado cada vez que jogamos compostos de carbono na atmosfera ao queimarmos um combustível fóssil, como o petróleo, por exemplo.

Vale destacar que o hidrogênio não é uma fonte de energia! O hidrogênio está sempre ligado a outros elementos químicos, como o oxigênio, na água; ou o carbono, no gás natural. Nesses novos motores, há uma célula de combustível onde o hidrogênio se combina com o oxigênio do ar, produzindo água e eletricidade. É como uma bateria, mas em vez de recarregá-la com eletricidade, coloca-se mais hidrogênio para que a reação química possa continuar. A eletricidade liberada pela célula é armazenada numa bateria convencional. De lá, ela alimenta o motor elétrico que move o veículo.

Diferente do petróleo, qualquer país tem a capacidade de produzir hidrogênio. Mas essa história ainda deve levar algum tempo para se tornar realidade – ainda que algumas montadoras, como mostramos no início, comecem a apostar na tecnologia desde já. Ao longo da história da humanidade, quando grandes problemas começam a aparecer, não é de imediato que se tomam as medidas necessárias. Com a questão ambiental tem sido assim: além de causar grandes catástrofes ao redor do mundo, as mudanças climáticas também têm um elevadíssimo custo econômico – e isso, talvez, possa mudar alguma coisa.

Por Olhar Digital

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