A noticia da desistência do atual presidente da Câmara de Vereadores de Santana do Ipanema, Genildo Bezerra (PR), para disputar a reeleição da Mesa Diretora caiu como uma solução ideal, para uma “dor de cabeça” que poderia ser enfrentada pelo prefeito eleito Isnaldo Bulhões (PMDB).
Isso porque, apesar de Papa Tudo jogar a toalha somente a poucos dias da eleição, já era de conhecimento nos bastidores que o parlamentar tentava ganhar a preferência para encarar o pleito interno.
Isso seria natural e sem problemas se seu adversário não fosse nada menos que o vereador mais votado na última eleição, além de colega de bancada, o vereador Mário Siqueira (PMDB), o popular Mário do Laboratório.
A luz da verdade, ambos os edis demonstravam aos colegas o interesse pela cadeira maior do Legislativo Municipal. Contudo, maior desafio deles não era a conquista dos votos, mas sim como manter a harmonia, diante de um conflito de interesses dentro do mesmo grupo político.
Jogo aberto, mas sem racha
Segundo apurado pelo site Alagoas na Net, apesar de conversas paralelas e assédios sutis desde o fim das eleições, somente neste mês de dezembro é que ambos os postulantes se dirigiram abertamente ao prefeito Isnaldo Bulhões e falaram suas intenções.
A idéia era saber a opinião do “guru político” pra ver as reais chances antes de entrarem no conflito, se necessário.
Para um dos dois interessados, Bulhões teria dito que eles buscassem por eles mesmos a preferência dos colegas, contanto que não houvesse um racha ou mal estar na base, revelou uma fonte à nossa reportagem.
Antes mesmo da declaração de Papa Tudo no rádio, o site teve a oportunidade de conversar por telefone com o deputado Isnaldo Bulhões Junior, que praticamente convergiu com a informação chegada à reportagem. “Tive a oportunidade de conversar com eles e pedi que tomassem a melhor decisão para o grupo”, disse o filho do futuro prefeito de Santana.
Mário foi mais querido
Apesar de todas as informações sobre o caso girarem nos bastidores, a declaração do atual presidente, nesta quarta-feira soa como a tomada de uma decisão estratégica, diante de um resultado já não muito agradável para sua pessoa.
O fato se explica porque, com a carta branca dada para cada um vereadores angariar os votos dos colegas, ao que tudo indica, o Mário do Laboratório estaria saindo na frente e ganhando mais terreno que Papa Tudo.
Em condição de anonimato, pelo menos dois vereadores revelaram ao site que foram indagados por Mário do Laboratório e afirmaram que seus votos estavam garantidos no dia da eleição.
Agora, com a desistência de Papa Tudo, o terreno está mais que desenhado, não só para uma simples eleição, mas o parlamentar que tirou mais de mil e oitocentos votos, se seguir a tendência de sua boa popularidade, pode até se aclamado por unanimidade no dia 1º de janeiro de 2017.
Por Lucas Malta / Alagoas na Net