Mercado de trabalho começa 2015 com demissões em massa

16 jan 2015 - 11:30


Foto: Ilustração

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O cenário para o mercado de trabalho no Brasil, que já vinha em estado de atenção desde o final do ano passado, vem se agravando neste começo de 2015 como especialistas haviam alertado. Ainda não se sabe exatamente o impacto que as demissões no setor automotivo poderão trazer para o mercado de trabalho. Contudo, as dispensas nas montadoras preocupam funcionários e empresários de setores relacionados.

Logo na segunda semana de janeiro, a Volkswagen anunciou o corte de 800 funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) previsto para fevereiro. A montadora deixou claro que deverá fazer novos ajustes para resolver o excedente de cerca de 2 mil trabalhadores. A Mercedes-Benz já demitiu 260 empregados, dos quais 100 deles foram por meio de Programa de Demissão Voluntária (PDV) e 160 por iniciativa da própria empresa.

Para os profissionais dessa área os cortes não foram novidade, porque a indústria está debilitada e acumulando saldo líquido negativo de quase 15 mil vagas entre janeiro e novembro de 2014, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Entenda as causas

Especialistas apontam que o retorno da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis a partir de janeiro foi um dos fatores que e desencadeou as demissões. “O fim da redução da alíquota deve desencorajar vendas e as empresas estão antecipando os cortes. Começou com a Volks e pode se estender a outras montadoras”, explica o pesquisador do Ibre/FGV, Rodrigo Leandro de Moura.

Além da alíquota do IPI, a queda na venda de carros para o exterior, especialmente para a Argentina tem influenciado fortemente o setor. O país, que enfrenta uma grave crise, é o principal destino das exportações de veículos no Brasil.

“Não há problema sistêmico”

Porém, em entrevista à imprensa na última semana, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, afirmou que as informações sobre demissões no setor automotivo ainda são uma questão “extremamente limitada” e que não há problema sistêmico, que justifique ação direta do governo. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, após reunião com o sindicato dos metalúrgicos, diz que o governo não entende que há uma crise no setor.

Por CNM

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