“O caos continua e a tendência é que a saúde pública pare”. Assim o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), Wellington Galvão, classifica a atual situação dos médicos efetivos e prestadores de serviço do Estado, que continuam a série de demissões voluntárias.
De acordo com Galvão, dos 25 médicos prestadores de serviço que atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 23 já assinaram o pedido de demissão voluntária, por conta dos salários defasados da péssimas condições de trabalho. Os outros dois devem assinar a demissão ainda nesta terça-feira, quando uma reunião com o grupo, que contará ainda com a presença de cirurgiões do Hospital Geral do Estado (HGE) e Unidade de Emergência do Agreste (UEA), irão discutir a questão das cooperativas.
Este assunto por sinal, tem sido motivo de grande polêmica entre os médicos. Isso porque, a categoria luta pela criação do Plano de Cargos, Carreiras Salários (PCCS), o que não foi atendido pelo Estado, que tem adotado a estratégia da criação de cooperativas, que segundo os médicos, não garante os direitos trabalhistas.
Segundo o sindicato, os médicos efetivos do HGE, que trabalham em regime de plantão der 24 horas, não chegam a casa dos R$ 3 mil, enquanto na cooperativa, os salários atingem as cifras dos R$ 15 mil, o que seria o correto, desde que cumprisse e repassasse aos funcionários, FGTS, férias e todos os encargos.
“Esta questão as cooperativas é totalmente ilegal. Na Paraíba já vetaram, aqui em Alagoas já existem duas e ainda querem implantar outra. A Assembléia Legislativa já acenou positivamente para o sindicato, que fosse em frente quanto essa batalha com o Estado e por isso vamos procurar o Tribunal Regional do Trabalho”, disse Galvão.
Como se não bastasse a situação dos médicos prestadores de serviço do Samu, 15 médicos efetivos da Maternidade Escola Santa Mônica também assinaram o pedido de demissão voluntária, além de outros 4 pediram aposentadoria.
Segundo o Sinmed, a situação é caótica e a tendência será que as unidades suspendam os atendimentos. “Não tem como continuar, o governo não se manifesta, não negocia, não faz concurso e a tendência é parar tudo”, disse.
A prova disso seria a situação do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), que segundo o sindicato já funciona em situação de crise em seu quadro de médicos e no próprio HGE, clínicos da Área Vermelha estão aderindo a demissão voluntária.
Questionado se diante da situação, das denúncias feitas pelo sindicato na última semana e os evidentes pedidos de demissão, o Estado se pronunciou sobre o caso, Galvão foi taxativo. “Não vamos à imprensa simplesmente pelo fato de denunciar e aparecer. O governo tem sido irresponsável e do jeito que está, vai pagar muito caro por isso”, finalizou.
Por Cadaminuto