A maternidade do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) registra hoje, dia 09, uma das maiores taxas de ocupações deste ano, com superlotação de até 100% em todos os setores do serviço. O pré-parto, local onde as gestantes aguardam o momento de serem levadas ao Centro Obstétrico, está funcionando com o dobro de pacientes. Pelo menos 24 gestantes estão em atendimento no setor, cuja capacidade é para 12 leitos. Há leitos extras em todas as enfermarias e sete pacientes recebem assistência deitadas em macas, no corredor.
No alojamento conjunto, onde as puérpuras ficam com seus filhos em 48 leitos, o número de pacientes extra chegou a mais de 60%. Ainda assim, a maternidade mantém em funcionamento o setor de triagem, onde neste momento cinco gestantes aguardam para ser submetidas a avaliação médica. Também é de superlotação a situação nas unidades que cuidam de recém-nascidos no hospital. A UCI neonatal, que tem 19 leitos, está com 21 bebês internados e a UTI neonatal, com 10 leitos, está funcionando com 14 pacientes.
A grande preocupação dos profissionais que trabalham nesses setores é conseguir manter a qualidade do atendimento, pois o número de médicos obstetras, neonatologistas, pediatras e da enfermagem é insuficiente para tamanha demanda extra. Segundo a coordenadora da maternidade, Dra. Lúcia Amorim, é humanamente impossível manter a qualidade da assistência com o mesmo quantitativo de profissionais, especialmente obstetras e pediatras. “Não temos mais condições físicas de permanecer com a condição atual [de dois obstetras por plantão]. Estamos pedindo à Direção uma solução imediata sob pena do setor viver um caos e colocar pacientes em risco”, enfatizou a médica.
Outro fator que tem contribuído para intensificar o quadro de superlotação na maternidade é o encaminhamento de gestantes – de outras unidades para o HUPAA – que precisam fazer curetagem, um procedimento médico realizado em gestantes que abortaram. Segundo a Dra Lúcia Amorim, o procedimento é de baixo risco, mas as maternidades não querem receber esses casos. “Você ocupa um leito para a curetagem, que é um procedimento sem complexidade, quando poderia destinar esse leito para uma paciente de alto risco. Nossa situação é crítica”, conclui.
Por Assessoria