Mais três fazendas do Grupo João Lyra foram ocupadas na manhã desta sexta-feira (5) por funcionários de usinas e trabalhadores rurais sem-terra. Agora são nove as propriedades da grupo ocupadas pelos movimentos Via do Trabalho (MVT) e Luta de Terra (MLT).
“As ocupações vão continuar até que o Estado, o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Ágraria] e o Ministério Público do Trabalho se mobilizem e resolvam nossa situação”, declarou o coordenador estadual do MVT, Marcos Antônio da Silva, o “Marrom”.
Mais de 150 famílias se instalaram nesta manhã nas fazendas Santo Antônio, Palmeiral e Timbó, no município de União dos Palmares, de acordo com Marrom. “Ficaremos até que os órgãos responsáveis realizem uma força-tarefa para liberar as terras para os trabalhadores”, informou.
As ocupações começaram no dia 28 de março, nas fazendas Sapucaí e Caíque, também em União. Além dessas, cerca de 600 famílias ocupam as fazendas Batateira, Caboje, Mangabeira e Açucena, todas da Usina Laginha.
Os manifestantes interditaram as duas vias da rodovia desde às 6h50 desta segunda-feira (4) porque o Grupo JL descumpriu o acordo firmado no último protesto.
Segundo a assessoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que mediou a negociação entre os trabalhadores e a usina, o grupo prometeu pagar os salários ainda essa semana, mas até agora os funcionários não receberam os três meses de salários atrasados e parte do 13º de 2012 que reivindicam.
Falência do Grupo João Lyra
Com dívidas superiores a R$ 1,2 bilhão, o Grupo João Lyra teve a falência decretada em novembro do ano passado. A decisão, no entanto, foi derrubada pelo presidente do Tribunal de Justiça à época, desembargador Sebastião Costa Filho.
Os trabalhadores das usinas que pertencem ao grupo já realizaram uma série de protestos para cobrar o pagamento de salários atrasados.
Por TNH1