Mais Médicos cresce quase 200% no Nordeste nos últimos 10 anos

Karina Dantas, Graziela França e Lucas Maia. Agência Tatu

15 Maio 2023 - 09:57


Foto: Divulgação. Agência Tatu

Criado com o objetivo de suprir a carência de médicos em municípios do interior e regiões periféricas do país, o programa Mais Médicos apresentou um aumento de 198% do total de médicos registrados por programas do Governo Federal, de 2013 para 2022.

Os dados analisados pela Agência Tatu foram obtidos através da Lei de Acesso à Informação (LAI) pela Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas.

Sobre o programa

O Mais Médicos foi criado em 8 de julho de 2013 pelo governo Dilma Rousseff (PT) para preencher a demanda da população mais vulnerável usuária do Sistema Único de Saúde (SUS), recebendo inclusive profissionais de outros países, principalmente de Cuba, já que a principal escolha dos médicos brasileiros estava sendo para capitais e regiões metropolitanas.

Em 2019, o programa foi interrompido pelo Governo Bolsonaro (PL), que o substituiu pelo programa “Médicos pelo Brasil”, que só foi efetivamente implementado em dezembro de 2021.

O Mais Médicos foi retomado pelo governo Lula (PT) em 2023 e em abril deste ano foi aberto um novo edital para preenchimento de 6.252 vagas.

Entre 2013 e 2018 houve um crescimento anual consecutivo no número de médicos do programa, ocorrendo uma queda em 2019, quando o programa mudou de nome durante o Governo Bolsonaro. Somente em 2022 é possível notar um aumento significativo do número de profissionais no programa Médicos pelo Brasil. O fenômeno é observado tanto na região Nordeste quanto nas demais regiões do Brasil.

Número de médicos no Nordeste pelos programas do Governo Federal

No Nordeste, o perfil de vulnerabilidade que mais se destaca entre os municípios que tiveram demanda para receber profissionais pelo Mais Médicos são os localizados em regiões de clima semiárido (58,2%) e os que possuem Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo ou muito baixo (25,5%).

Em nota, o Ministério da Saúde explicou que a retomada do Mais Médicos no Governo Lula foi anunciada com estratégias de incentivo aos profissionais, como auxílio no pagamento da dívida do Fies; oportunidades de especialização e mestrado; adicional aos médicos lotados nas regiões de alta vulnerabilidade e difícil acesso, além de pagamento complementar do valor do INSS para alcançar o valor da bolsa às mulheres em licença maternidade.

“Com as novas estratégias, o edital alcançou a adesão de 99% dos municípios contemplados no último edital. O chamamento ofertava 6.252 vagas, incluindo 1000 postos inéditos para a Amazônia Legal. Do total, 6.169 foram indicadas pelos municípios para o preenchimento. A próxima fase é a publicação de um edital de inscrição para os médicos”, detalhou o MS.

Dos 13.534 médicos que estão em atividade pelos programas, com relação ao Mais Médicos, 5.159 vagas são profissionais com CRM e 2.730 médicos intercambistas. Já pelo Médicos pelo Brasil, são 5.645 postos ocupados, sendo 5.147 bolsistas e 498 tutores.

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