Sobre Amanda Araújo

Amanda Araújo Mendes é proprietária e enfermeira do consultório de enfermagem CuraDerme situado em Santana do Ipanema (Alagoas). Formada em enfermagem pela Faculdade Cesmac do Sertão, também bacharela em administração pública pela Ufal. Possui especializações na área de gestão em saúde pública e urgência, emergência e terapia intensiva. Já atuou como enfermeira no Hospital Regional de Santana do Ipanema e atenção básica do mesmo município. Fez parte do corpo docente dos cursos da escola técnica de saúde Valeria Hora e atualmente é docente do Divino Cursos.


Maio era nossa celebração, mas virou nosso pesadelo

4 Maio 2020


Homenagem aos profissionais da saúde e policiais no Hospital das Clínicas em São Paulo (Foto: Governo do Estado de SP)

Nesse mês celebramos em duas datas os dias dos profissionais de enfermagem. Com nossa situação de saúde pública alarmante e quase entrando em colapso, temos na linha de frente esses profissionais que sofrem uma desvalorização histórica, política e social imensurável.

Estamos lutando contra o desconhecido e sem tempo hábil para se obter informações concretas em relação ao combate efetivo, a prova disso é que mesmo diminuindo a curva de crescimento ela está acontecendo e também está afetando esses profissionais.

Temos nas unidades hospitalares diversas categorias de profissionais que são indispensáveis para a manutenção desse serviço mais do que essencial, mas a única categoria assistencial que fica prestando cuidados de saúde e prezando pela vida dos pacientes são os profissionais de enfermagem.

Existe um preconceito e desmerecimento com os profissionais de enfermagem pelo desconhecimento das atribuições desse profissional em qual setor de saúde que o mesmo esteja inserido, rotineiramente são taxados de “fez medicina e não passou” ou “enfermagem é quase medicina”, são falas totalmente errôneas da população que não percebe o quão essencial esse profissional é dentro do nosso sistema de saúde pública ou privada e o quanto a enfermagem tem um caminho de trabalho diferente do médico, porém as profissões precisão ter troca e uma não trabalha sem a outra.

Outro ponto, enfermeiro não é submisso de médico, são profissões que seguem suas devidas regulamentações e tem suas atribuições e ponto final. Foi necessário o surgimento de uma pandemia principalmente em nosso país para que nossa sociedade, nossos governantes e os formadores de opiniões nas mídias começassem a olhar de forma diferenciada para esses profissionais que lutando diariamente de forma incansável para prestar cuidados de saúde.

Na maioria dos hospitais e UPAs do Brasil o enfermeiros é o profissional responsável pelo primeiro atendimento ao paciente e fazer os primeiros procedimentos, atualmente estamos com um índice alto no país de afastamento desses profissionais devido ao covid-19, pois, a valorização instituída em nosso país foi através de palmas nas janelas e marcações nas mídias sociais e enquanto isso dentro dos serviços de saúde não está sendo ofertado o equipamento básico para proteção individual desse profissional que irá realizar seu trabalho em condições insalubres e vulnerável, retornará para sua casa e além de adoecer poderá contaminar seus familiares. 

Defendo aqui todas as categorias, todos os profissionais e a valorização de todos, mas por pertencer a enfermagem aproveito esse mês que se estivéssemos em nossa normalidade, estaríamos nos organizando para comemorar e aprimorar ainda mais a base cientifica da nossa profissão.

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