O leilão para concessão dos serviços de saneamento básico de 61 cidades do interior de Alagoas à iniciativa privada, que resultou num investimento total de mais de R$ 4,5 bilhões, traz outro resultado positivo: a distribuição per capita do aporte financeiro que será feito pelas empresas vencedoras é maior no interior do que na região metropolitana de Maceió, cuja concessão aconteceu no ano passado.
Na soma dos blocos B e C – Agreste, Sertão, Zona da Mata e Litoral -, leiloados nessa segunda-feira (13) na B3, em São Paulo, o valor que será investido por habitante é de R$ 3.819,94, enquanto no bloco A, da região metropolitana, é de R$ 3.421,75.
Os 61 municípios dos blocos B e C abrangem uma população de aproximadamente 1,2 milhão de pessoas, bem próximo à do bloco A, que reúne 1,34 milhão de habitantes na capital Maceió e nas demais 12 cidades da região metropolitana.
O arremate dos blocos B e C foi considerado um sucesso pelo Governo do Estado, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e especialistas da área. Foram R$ 4,545 bilhões levantados, entre outorga e investimentos a serem feitos em infraestrutura para universalizar o acesso à água e ao esgotamento sanitário. Somadas as outorgas e investimentos resultantes dos leilões dos três blocos, o Governo garantiu para Alagoas um volume de cerca de R$ 9,15 bilhões.
Do total assegurado nesta segunda-feira, quase R$ 3 bilhões serão obrigatoriamente investidos pelos dois consórcios vencedores em melhorias na infraestrutura para universalizar o acesso da população ao saneamento, e os outros R$ 1,645 bilhão das outorgas será integralmente repassado às prefeituras incluídas em cada lote.
“Nós levantamos R$ 4,5 bilhões em investimentos: R$ 2,9 bilhões que vão construir a infraestrutura necessária para levar água, coletar esgoto e tratar esgoto de todo mundo que precisa, e também R$ 1,6 bilhão para outorga, que será rateado entre as cidades componentes dos dois blocos”, explicou o governador Renan Filho.
Primeiro Estado a oferecer a concessão dos serviços de água e esgoto à iniciativa privada após a aprovação do Marco Legal do Saneamento em 2020, Alagoas agora se torna referência no setor. “Alagoas é benchmark do novo marco do saneamento. O leilão foi um grande sucesso, teve um resultado excelente, R$ 4,5 bilhões e dois novos investidores estrangeiros entrando. São muitos investimentos à vista”, destacou o secretário de Estado da Fazenda de Alagoas, George Santoro.
Os investidores estrangeiros que chegam a Alagoas por meio do leilão vêm da Espanha. O consórcio Alagoas, que operará o bloco B, é formado pela espanhola Allonda e a brasileira Conasa; e o consórcio Mundaú, responsável pelo bloco C, é composto pela empresa espanhola Cymi e a brasileira Aviva Ambiental. Os vencedores ofereceram o maior ágio sobre os lances mínimos previstos no edital, que eram de R$ 3,3 milhões para o bloco B e de R$ 32,4 milhões para o C. No bloco B, o ágio chegou a uma marca histórica: 37.551% sobre o lance mínimo, um dos maiores já registrados na da Bolsa de Valores.
“Essa agenda do saneamento básico é uma agenda civilizatória, que vai ajudar na redução das desigualdades e no crescimento do estado de Alagoas. Nós vamos construir um estado melhor primeiro para nós, alagoanos, e que também será um estado muito melhor para receber os visitantes”, ressaltou Renan Filho. “Agradeço aos prefeitos, que acreditaram, confiaram e que agora vão ter os investimentos chegando às suas cidades”.
A Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas), que administrava os blocos, continuará responsável pela captação e tratamento de água, a qual será vendida pela companhia para os consórcios vencedores.