Justiça proíbe que deputado João Lyra entre na usina Laginha

09 Maio 2014 - 08:30


Administradores dizem que têm sido ameaçados pelo sócio majoritário. Se precisar entrar no local, Lyra terá que obter autorização judicial.

Foto: Agência Câmara

Foto: Agência Câmara

Por determinação judicial, o deputado federal e empresário João Lyra (PSD-AL) está proibido de entrar nas dependências da usina Laginha Agro Industrial S/A, empresa da qual é sócio majoritário e está em processo de falência. O pedido foi feito pelos administradores e gestores da massa falida sob o argumento de que a presença de Lyra tornou-se prejudicial ao andamento das atividades da empresa por conta de ameaças que o deputado tem feito quando comparece ao local.

A decisão foi proferida nesta quinta-feira (8) pelo juiz Mauro Baldini no processo de falência da Laginha, que tramita no município de Coruripe. De acordo com os administradores, o deputado, além de intimidá-los e destratá-los, tentou retirar documentos e equipamentos e acessar os sistemas informatizados de controle da empresa, por meio de dois funcionários que haviam sido demitidos no mês de março, o que resultou no registro de um Boletim de Ocorrência.

Para o magistrado, os fatos são graves e necessitavam de um posicionamento judicial em caráter de urgência. “Do contrário o regular desenvolvimento do processo falimentar será severamente comprometido, causando um desgaste ainda maior à sociedade”, afirmou na decisão.

Ainda segundo o julgado, caso João Lyra precise comparecer à usina, terá que pedir autorização judicial. Sendo concedida, o deputado poderá entrar e permanecer no local em data agendada previamente com um administrador, desde que esteja acompanhado de advogado, caso contrário será multado em R$ 10 mil por dia de violação da determinação.

Baldini também multou o deputado em 20% calculados em cima do valor da ação de falência por ter ele praticado “reiterados atos de desrespeito às ordens judiciais” e para impedir que João Lyra volte a descumprir decisões judiciais.

O juiz ainda determinou o encaminhamento das petições do processo e da decisão à Procuradoria Geral da República para que sejam apurados os supostos crimes que foram narrados nos documentos.

Do G1 AL

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