O Tribunal do Júri em São José da Tapera absolveu, de maneira parcial, o policial militar reformado Jorge Vieira Ramos, de 57 anos, que foi denunciado pelo Ministério Público de Alagoas (MP-AL), por ter atirado contra três menores de idade, episódio ocorrido no ano de 2020, em Senador Rui Palmeira, município situado no Médio Sertão de Alagoas. A sessão do Júri ocorreu nesta quinta-feira (17).
De acordo com a sentença, os jurados admitiram a materialidade do crime, assim como o policial da reserva concorreu para a prática dele, porém a defesa levantou a tese da clemência e foi atendido. Ramos foi absolvido em duas tentativas de homicídio e a última delas o Tribunal decidiu desclassificar para o crime de lesão corporal.
“Com essa desclassificação, o julgamento deste fica a cargo do juiz singular. Vale salientar que também durante o Júri foi expedido Alvará de Soltura de imediato”, explicou Iran Nunes, advogado de defesa do policial. O réu estava preso há quase 3 anos, exatos 2 anos e 11 meses.
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RELEMBRE O CASO
Um adolescente de 13 anos e duas crianças, uma de 11 e 10 anos, foram vítimas de um atentado à bala no dia 10 de setembro de 2020, na Rua Divaldo Suruagy, centro de Senador Rui Palmeira. Os tiros foram disparados pelo policial Ramos.
À época do ocorrido, o site Alagoas na Net conversou, com exclusividade, com uma tia das crianças. Ela explicou que os meninos estavam na rua, na presença do seu irmão, o adolescente de 13 anos, quando um homem em um carro branco chegou e atirou contra os menores.
O adolescente foi atingido no tórax, enquanto as duas crianças os disparos pegaram nas pernas. Os três menores foram levados ao Hospital Regional de Santana do Ipanema. O mais velho passou por uma cirurgia e chegou a ficar internado. As crianças logo tiveram alta.
VERSÃO DO PM
Três dias após o caso, o policial militar procurou a reportagem do site e decidiu dar sua versão do que aconteceu. Ramos classificou o ocorrido como uma fatalidade e disse que acabou atirando nos menores após perseguir outra pessoa.
“Eu estava próximo ao local, quando fui atacado por dois homens, um deles atirou contra mim, daí persegui ele, chegando na rua onde estavam as crianças e atirei. Estava muito escuro e não as vi”, explicou o militar.
Ramos disse que, o que o fez se pronunciar pela imprensa foi ter visto informações suas circulando nas redes sociais. Ele refutou um áudio em que fala de uma briga por conta de uma senha do wifi. “Não tem nenhum cabimento essa conversa, até porque moro distante das crianças”, resumiu.
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