Quatro jovens alagoanos resolveram procurar as autoridades em Santana do Ipanema na manhã desta quinta-feira (4) a fim de fazer denúncias sobre o tratamento utilizado no alojamento chamado Fazenda da Esperança, que fica localizada no município de Poço das Trincheiras. O local trata-se de uma casa de apoio e ajuda a dependentes químicos da região.
Identificados como Cristiano dos Santos, Max Gonçalves, Italo Henrique e Jonata da Silva, todos oriundos de Maceió, os rapazes foram até a Câmara de Vereadores de Santana do Ipanema e relataram a dois parlamentares que estariam passando por necessidades e que os coordenadores da instituição estariam prestando um serviço de péssima qualidade.
De acordo com Cristiano, ele passou 1 ano e pediu para sair, pois o mesmo não aguentou a situação. O rapaz também relatou que ele e seus companheiros eram tratados como escravos. A comida que chegava lá para os responsáveis não era a mesma que eles comiam, a água era salgada. Não aguentando os jovens solicitaram a saída e pediram que algum dos responsáveis os levassem em casa, mas disseram ser informados que a instituição não poderia lhe oferecer a viagem.
O jovem indentificado por Jonata da Silva disse que saiu de lá porque a casa não servia como recuperação e sim como trabalho escravo. “A comida não prestava. A que prestava quem comia era o coordenador Josafá”, falou o denunciante. Ele ainda relatou que veio para a fazenda com esperança de se recuperar, mas lá não possui psicólogo, nem médico e esta situação só piora, segundo ele.
Jonata disse que pediu dinheiro da passagem Josafá, que não teria dado, mas que disse que iria ligar para sua genitora depositar ao próprio filho. Ainda na sede do Legislativo, os jovens foram questionados se teria havido algum algum desentendimento por parte deles com alguém da instituição, entretanto eles negaram qualquer situação.
O outro jovem, chamado Italo fez questão de dizer que lá eles só trabalham e que eles não teria tratamento para recuperação. Ele também alega que a um tratamento diferenciado durante a presença de um grupo da Igreja que atua lá. “Na frente deles a gente é tratado super bem, mas quando eles saem só falam com a gente nos gritos, que nem cachorro”, falou Ítalo.
Denúncias sem fundamento
Em resposta às alegações dos jovens, que se pronunciaram também através da Rádio Milênio FM, algumas pessoas acabaram se manifestando em favor da Fazenda da Esperança e desqualificaram por completo o relato dos rapazes. Um dos depoimentos foi realizado pelo membro da Oração Carismática, Erico Pinto.
“Eu acho que essas informações não procedem, pois eu ando lá com frequência e não vejo essa situação. Conheço o Josafá e acompanho o trabalho como a compra da comida. Já até comi lá várias vezes”, falou Erico.
Outro a entrar no ar foi um dos integrantes da Fazenda da Esperança, o ex-dependente químico e colaborador chamado de Salviano. “Infelizmente esses quatro meninos que vieram aqui não queriam uma mudança de vida. O que eles falaram aí é tudo mentira. Eles entraram ontem a tarde, mas hoje de manhã já queriam sair, aí eles inventam qualquer coisa”
Citado pela denúncia, o coordenador Josafá também se pronunciou na rádio e disse que não precisava se justificar pela denúncia. “Vejo isso como uma oportunidade de todas as pessoas conhecerem a Fazenda da Esperança e ver que essas denúncias não procedem”, respondeu o coordenador da instituição, que já foi um dependente químico, hoje recuperado.
Por Lucas Malta e Jean Souza / Da Redação