Um ato de covardia foi registrado na avenida da Orla de Jatiúca, durante a madrugada de hoje (30), em Maceió. Os irmãos Cristóvão e Cristiano Rodrigues, de 22 e 25 anos, respectivamente, foram espancados por sete homens quando saíam de um bar na avenida Álvaro Otacílio e seguiam em direção a um ponto de ônibus, por volta das 4h. Além da dor física devido às agressões, os irmãos afirmaram estar indignados pela omissão da polícia durante o registro do caso.
De acordo com Cristóvão, ele e o irmão mais velho saíam de um bar e iriam pegar um ônibus para casa. “A gente pensou que como estava amanhecendo não seria perigoso ir andando até o ponto do ônibus. Quando estávamos nas proximidades de uma locadora de carros, na Álvaro Otacílio, uns caras em uma Hilux de cor preta passaram xingando a gente”, disse. “Não demos ousadia e continuamos caminhando, mas eles insistiram, desceram do carro e começaram a nos agredir fisicamente”, completou.
Inconformado, Cristóvão diz não saber o que motivou a agressão, mas afirma que a certeza da impunidade no Estado contribui para ações violentas como essa. “Primeiro desceram uns dois da Hilux, depois chegaram mais três homens em um carro prata e depois chegaram outros dois. Não conhecia nenhum deles e não sei o que se passa na cabeça de uma pessoa que faz isso”, contou.
Algumas pessoas que caminhavam na orla viram a cena, mas nada fizeram para ajudar, segundo o jovem espancado. “Quando os espancadores foram embora, nós ligamos para o 190 da Polícia Militar e eles disseram que iam onde estávamos, mas nunca apareceram”, disse. “Depois fomos orientados a ir à Central de Polícia registrar o Boletim de Ocorrência, mas o exame de corpo de delito só será feito na quarta-feira por causa do feriado”, completou.
Apesar das escoriações e arranhões, os irmãos não precisaram de atendimento médico.
Câmeras de segurança
No local em que os irmãos Rodrigues foram espancados, havia câmeras de videomonitoramento tanto da prefeitura, como de circuito interno de segurança de hotéis, lanchonetes, entre outros estabelecimentos comerciais.
Para Cristóvão, a expectativa é de que na quarta-feira ele tenha acesso às imagens para que os agressores sejam reconhecidos. “Sorte é que a gente tinha alguma noção de defesa, mas se fosse alguém sozinho poderia ter sido uma tragédia”, disse.
Situação atípica
O comandante de Policiamento da Capital, coronel Gilmar Batinga, afirmou que situações de espancamento como essa são atípicas. “Não há frequência em registros de ataques desse tipo, são casos pontuais”, disse.
De acordo com o comandante, o correto seria a polícia prestar o socorro às vítimas, em seguida lavrar o B.O. e, então, os irmãos fariam o exame de corpo de delito. “Não sei porque não foi uma viatura ao local, mas a polícia trabalha com prioridades, pode ser que na hora tivesse outras ocorrências mais urgentes”, disse. “Os irmãos podem ir à Corregedoria-Geral da Polícia Militar e ao Comando de Policiamento da Capital, pois nós temos como averiguar o porquê de não ter ido alguma equipe”, completou.
O coronel Batinga informou ainda, que o exame de corpo de delito deveria ter sido realizado o quanto antes. “O exame é o que comprova que houve o espancamento, mas cabe ao Instituto Médico Legal e à Polícia Civil explicar porque não foi realizado”, disse.
G1