Sobre Diógenes Pereira

Diógenes Rodrigues Pereira é Psicólogo Clínico, Terapeuta Cognitivo Comportamental, Especialista em Avaliação Psicológica, Palestrante, Consultor Pessoal e Organizacional. Formado pelo Centro Universitário Cesmac (Maceió).


INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: o que realmente significa?

23 junho 2019


Foto: xxolgaxx / Pixabay

Atualmente muito se fala sobre INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, a cada dia esse tema vem se tornando mais popular. É bem comum a divulgação de frases prontas, vídeo e arquivos sobre o assunto na internet, muito embora é preciso tomar cuidado com esses conteúdos ofertados, uma vez que, nem todo mundo tem conhecimento para falar com propriedade sobre o conteúdo das emoções.

De acordo com Dr. Augusto Cury, ser emocionalmente inteligente quer dizer, ter habilidade para se desenvolver utilizando as funções mais nobres do ser humano, que são a inteligência e a empatia. Ser inteligente admitindo seus potenciais e limitações, e as necessidades de viver em sociedade. Ser empático reconhecendo e valorizando o outro enquanto ser humano único, criatura dotada de capacidade cognitiva e com potencial intelectual sofisticado, independente da sua cor da pele, condição física e financeira, prática religiosa, profissão ou orientação sexual.

Muitos profissionais têm se dedicado a manejar as emoções. Compreender qual sua importância para o organismo, e como ela se manifesta nos seres humanos nas mais variadas fases da vida, decifrar esse enigma do funcionamento individual do cérebro é uma tarefa difícil. Estudar seu significado envolve todo o contexto de existência e funcionalidade humana, ou seja, não existe receita mágica para controlar as emoções, nem tão pouco se consegue evitá-las.

Uma vez que, se trata de uma reação natural do nosso organismo. O que é possível é aprender administrá-las, para que se tenha posicionamento racional de maneira saudável para se conviver em sociedade. As emoções não são nada inteligentes, elas são ações automáticas e impulsivas do nosso cérebro, que são estimuladas por pensamentos ou acontecimentos a nossa volta, e consequentemente comandam os comportamentos do nosso corpo através do Sistema Nervoso Central, tudo isso em milésimos de segundos.

Por isso, se utiliza o termo inteligência emocional. O que significa desenvolver habilidades para que os comportamentos humanos não sejam direcionados somente pelos impulsos das emoções, o objetivo é aprender estratégias para gerenciar as reações do organismo a partir da racionalidade.

Sabemos que é uma missão difícil, fazer com que andem juntas a razão e a emoção. Nós precisamos ter as duas, e em equilíbrio, caso alguma delas esteja em excesso é provável que tenhamos muitos prejuízos no dia a dia.

Apesar da capacidade emocional ser algo que já nascemos com ela, o que determina se seremos humanos saudáveis e se teremos sucesso na vida, é a forma com que somos ensinados a utilizá-las. É comum pessoas adultas com doenças psicológicas derivadas da falta de habilidades com as próprias emoções.

Recentemente presenciei um profissional se identificando como COACH, divulgando um treinamento de inteligência emocional, e o título do curso era: “Imersão a inteligência emocional, passado resolvido é futuro decidido”. Essas são frases de efeito para impressionar pessoas, mas bastar observar o sentido do título que se percebe o equívoco do autor, não existe futuro decidido, o amanhã é incerto para todos os seres humanos. Então, tomem cuidado com quem vocês buscam informações para gerenciar suas emoções.

No mundo atual, as pessoas estão sendo muitos estimuladas, seus cérebros recebem diariamente uma enorme carga de informações e obrigações. Isso faz com que essas pessoas desenvolvam muitas doenças psicológicas e físicas, vindas como consequências das dificuldades de gerenciar as emoções e as necessidades básicas do corpo.

Para um indivíduo alcançar essa condição de gerenciamento das emoções, é necessária uma sequência de atividades que o preparam em um processo de psicoeducação.

O primeiro passo, é identificar essas emoções nocivas e se tornar livre dos estresses e das circunstâncias sociais, resgatando a autoestima e conhecendo a si mesmo, para depois lidar com os outros. Sofremos muito por não sabermos lidar com as outras pessoas.

O segundo passo, é aprender a elaborar as perdas e frustrações, como situações naturais da vida, buscando se construir e não se destruir, utilizá-las com elemento de experiência, se tornando resiliente e se adequando a difícil arte de ouvir e dialogar. Nós seres humanos nunca aceitamos perder e pouco usamos essa ferramenta fantástica que é o diálogo.  

No terceiro passo, você se torna o gestor da própria história, desenvolvendo capacidade de escolha, autonomia, e deixa de viver em função do que os outros falam sobre você. Uma das coisas que mais atrapalham nosso desenvolvimento é viver focado na vontade do outro.

No quarto passo, você é treinado a proteger e administrar as suas emoções, parar de sofrer por antecipação, e assim combater a ansiedade, e se permitir as novas oportunidades em busca de condições leves e saudáveis para resto da vida em sua mente. Reconstrução de possibilidades reais, eliminando as fantasias.

Utilizando essas estratégias, você se transforma em potencial gestor das emoções, e vive em constante renovação pela prática de se auto educar, com maior nível de satisfação consigo mesmo, e alcançando a plenitude em leveza da mente, evitando o sofrimento psicológico, se tornando menos vulnerável as doenças de ordem emocional que tanto tem crescido no século XXI.

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