Casos de doença meningocócica em AL são monitorados, esclarece infectologista Boletim Epidemiológico da terça-feira apresentou novo caso de morte por doença meningocócica em Alagoas

Assessoria / Sesau-AL

01 nov 2023 - 19:00


Infectologista Renee Oliveira ressalta que casos de meningite continuam aparecendo, mas é uma situação esperada. (Foto: Carla Cleto / Sesau)

O chefe de Gabinete de Combate às Doenças Infectocontagiosas da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), médico infectologista Renee Oliveira, esclareceu, nesta quarta-feira (1º), que os casos da doença meningocócica em Alagoas seguem em monitoramento constante. O último Boletim Epidemiológico divulgado, na terça-feira (31), pela Gerência de Vigilância e Controle das Doenças Transmissíveis apresentou um novo caso de morte por doença meningocócica em Alagoas. 

“O registro de casos de meningite é algo esperado, de uma forma geral estão presentes o ano inteiro”, explicou Renee Oliveira. De acordo com o último Boletim Epidemiológico, que traz uma análise de agosto de 2022 a outubro de 2023, atualmente Alagoas contabiliza 33 casos confirmados da doença e 14 óbitos.

A meningite é uma infecção bacteriana aguda e se apresenta em três tipos, sendo a meningite meningocócica, meningococcemia e a meningite meningocócica com meningococcemia. Quando se apresenta na forma de doença invasiva, caracteriza-se por uma ou mais síndromes clínicas, sendo a meningite meningocócica a mais frequente delas, e a meningococcemia a forma mais grave.

Ainda de acordo com Renee Oliveira, historicamente a meningite bacteriana apresenta casos o ano todo no Estado e a possibilidade de erradicação não é possível. Entretanto, é possível controlar a doença quando a população é orientada pelas equipes de saúde, médicos e enfermeiros, que estejam atentos para identificação dos sintomas, visando uma maior eficácia no tratamento. “O diagnóstico precoce, a capacidade de identificação está se fazendo de forma muito positiva, tanto do ponto de vista laboratorial, quanto de identificação clínica. O que não pode acontecer é um número grande de casos, em tempo curto e em um local específico. Mas isso nós não estamos tendo nas últimas semanas. Estamos em um momento que comprova que o trabalho implementado com a identificação das pessoas que tiveram contato com a doença, a realização do bloqueio e a utilização de medicação específica foi extremamente eficaz. Este trabalho está sendo estendido para outras áreas, onde temos casos isolados”, disse o infectologista.

Sintomas e transmissão

Sobre os sintomas e transmissão da doença meningocócica, a pessoa acometida pode apresentar febre, mal-estar, vômitos, náuseas, dor de cabeça e rigidez na nuca, a ponto de não conseguir encostar o queixo no peito. Já com relação às formas de transmissão, a meningite pode acontecer através do contato com alimentos e água contaminados, na sua forma viral, e através da respiração, em sua variação bacteriana. “O governo foi muito efetivo nos casos de meningite aqui no Estado. Primeiro através das recomendações gerais, nós começamos com a orientação da vacinação, identificação precoce e notificação desses casos, além do tratamento em tempo oportuno. O Estado garantiu os leitos para estes pacientes e também o transporte. Com essas medidas gerais, o governo conseguiu inibir de forma muito efetiva os casos que surgiram de forma aleatória em alguns bairros de Maceió e em outros municípios”, enfatizou o superintendente de Vigilância em Saúde, Paulo Teixeira.

O secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, salientou que o Plano Estadual de Enfrentamento da Doença Meningocócica irá continuar em ação. “Continuaremos focados no diagnóstico dos casos de forma precoce, no bloqueio com medicamentos para pessoas que tiveram contato com paciente e, também, na garantia da assistência, por meio de leitos na Rede Hospitalar do Estado”, assegurou o gestor.

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