Implantados há 4 anos, polos do Ifal funcionam em prédios improvisados

21 jul 2014 - 09:22


Cinco campus do instituto no estado funcionam sem estrutura adequada. Gestores estimam resolver problemas até o primeiro semestre de 2015.

Área ao lado da biblioteca no polo de Murici (Foto: Arquivo Pessoal/Orlando Ângelo)

Área ao lado da biblioteca no polo de Murici (Foto: Arquivo Pessoal/Orlando Ângelo)

Inaugurados há quatro anos, cinco polos do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), localizados nos municípios de São Miguel dos Campos, Maragogi, Arapiraca, Santana do Ipanema e Murici, ainda não dispõem de prédios próprios e funcionam em locais improvisados. Gestores do Ifal alegam que uma série de problemas comprometeram as construções dos polos, mas que até o primeiro semestre de 2015 todas as unidades estarão com prédios aptos para o funcionamento das atividades de ensino.

Tal carência, como revelam alunos e servidores, prejudica a formação dos estudante e impedem a realização de aulas práticas, consideradas essenciais em boa parte dos cursos. É o que nos conta o aluno Orlando Ângelo Neto, aluno da 1ª turma de Agroecologia do pólo Murici. Com aulas realizadas no espaço de uma escola municipal, ele diz contar nos dedos as aulas de campo que realizou nos quatro anos de curso.

“Infelizmente, como já estou terminando, o prédio próprio é uma realidade que eu não vou poder desfrutar. A qualidade dos professores é inquestionável, não tenho o que reclamar da parte teórica, mas a prática está totalmente comprometida pela falta de uma estrutura adequada. As únicas aulas de campo que eu tive foram em Piranhas”, conta o estudante.

Integrante do Grêmio Estudantil e diretor da Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (Fenet), Orlando Ângelo conta que já foram realizadas várias mobilizações para cobrar a construção do novo prédio. “Os gestores sempre ficam empurrando de um para o outro. A estrutura já foi melhorada nesses quatro anos, mas ainda está muito longe do ideal. Nós, do curso de Agroecologia, temos o exemplo de Piranhas, que tem uma estrutura bem melhor, e não entendemos porque continuamos nessa situação”, completa.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional do Estado de Alagoas (Sintietfal), Alexandre Fleming, a falta de estrutura nos pólos foi um dos motivos da recente greve deflagrada pelos servidores do Ifal. “A melhoria nas condições de trabalho é um dos principais pontos da nossa reivindicação. Precisamos ter em mente que essa falta de estrutura prejudica também os professores, que não passam o conteúdo de maneira adequada devido as questões estruturais”, expôs Fleming.

Ele criticou ainda o projeto de expansão do ensino técnico no estado. “Até 2010 nós tínhamos 10 pólos no estado. Naquele ano, foram inauguradas outros sete, mas só dois com os prédios próprios. Nesses quatro anos foram dados vários prazos para estruturação, mas até agora nada. Esse processo de interiorização é necessário, mas desde que atenda a uma estrutura técnica necessária”, critica o presidente.

Previsão de entrega

Em contato com o G1, a assessoria de comunicação do Ifal informou que a entrega dos cinco campus estão previstas para os primeiros quatro meses de 2015. Ainda segundo a assessoria, os projetos estão em andamento e passam por adaptações de acordo com os cursos técnicos ofertados em cada município.

Nos casos dos campus de Maragogi e Arapiraca, a licitação ocorreu no final de 2012 e o projeto precisou passar por adaptações, o que prorrogou o prazo de execução. Já em Santana do Ipanema, houve a necessidade de remover uma parte rochosa na área do terreno. Em São Miguel dos Campos, o problema foi a falta de atendimento da legislação trabalhista por parte da empresa licitada, o que resultou no adiamento da obra.

Do G1 AL

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