Neste 18 de julho, o Hospital de Emergência do Agreste (HEA), vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e situado em Arapiraca, completa 21 anos de funcionamento. Durante esse período, 931.701 pacientes foram internados.
Em mais de duas décadas, a maior unidade hospitalar do interior de Alagoas, que atende a II Macrorregião de Saúde, composta por 46 municípios do Agreste, Sertão e Baixo São Francisco, teve sua estrutura física ampliada e modernizada. Paralelamente, também houve grandes investimentos em conhecimento para os servidores da unidade.
Construído no coração de Alagoas para reduzir os caminhos de vítimas de traumas nas regiões mais distantes de Maceió, o HEA é referência em atendimento de urgência e emergência em alta complexidade. Nos últimos anos, o hospital também ofereceu outros serviços para a sociedade.
No período da Pandemia do Coronavírus, atuou com excelência para acolher vítimas da Covid-19. Centenas de festas foram realizadas para comemorar a alta hospitalar de pacientes recuperados numa ala especialmente criada com esta finalidade. Observando a necessidade da população, o HEA também implantou a Unidade de AVC, vinculada ao Programa AVC Dá Sinais.
O secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, enfatizou que o HEA é referência de eficiência e qualidade na saúde pública de Alagoas. “Há mais de duas décadas, o HEA presta assistência de qualidade ao povo alagoano, principalmente àqueles que residem no Agreste, Sertão e Baixo São Francisco. Uma unidade referência no atendimento a casos de emergência em alta complexidade e conta com serviços pioneiros e exclusivos para beneficiar o povo alagoano”, enfatizou Gustavo Pontes.
AMPLIAÇÕES
Nesta construção de novos serviços capazes de ampliar a capacidade de salvar vidas, o HEA também passou a contar com uma Ala Lilás, para atender vítimas de violência. O hospital implantou, ainda, uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral, um Serviço Clínico de Assistência Vascular, um Serviço de Atenção à Pele e Feridas e um Serviço de Hemorragia Digestiva Alta.
E como as inovações no HEA não param, no mês de junho, a parceria entre Sesau e a Secretaria de Estado da Primeira Infância (Secria) implantou a Unidade Especializada em Pré-Natal de Alto Risco (Uepnar). Ela tem assegurado assistência regionalizada às gestantes do Agreste, Sertão e Baixo São Francisco, evitando que necessitem viajar do interior para a capital.
“Eram quatro horas e meia de viagem até chegar em Maceió. Viajava na van disponibilizada pela Prefeitura de Senador Rui Palmeira, com outras pessoas que também iam para consultas e exames em Maceió. Saía de madrugada para encarar a estrada e só voltava no começo da noite, porque precisava esperar todo mundo estar livre. Chegava em casa com os pés inchados e dor nas costas”, lembra a sertaneja Beatriz Silva Santos.
VIDAS CRUZADAS
E além da modernização e ampliação da estrutura física e do investimento no fomento ao conhecimento dos futuros profissionais que chegam ao mercado de trabalho, o HEA também permeia o imaginário de quem cruza com ele. Um dos exemplos está na trajetória do servidor Evânio Silva, que está na unidade hospitalar desde a sua fundação, há 21 anos, quando ingressou por meio de concurso público, para desempenhar a função de auxiliar de enfermagem.
Inquieto e, em busca do conhecimento, enquanto labutava no HEA, ele se graduou no curso superior de enfermagem, depois biologia e, recentemente, em odontologia. Em 2021, Evânio foi um servidores condecorados com a Medalha Silvio Vianna, em reconhecimento à sua história de vida, atuação profissional no HEA e busca incansável pelo conhecimento e pesquisas desenvolvidas durante a Pandemia de Covid-19, colaborando para a entrega de um serviço de excelência para a população.
Atualmente, Evânio é o coordenador de enfermagem da Unidade de AVC e é professor-coordenador da Liga Acadêmica de Enfermagem em Dermatologia e Estomaterapia. “A liga acadêmica acontece como um projeto de extensão universitária e isso faz com que o aluno não pare o seu aprendizado, mesmo no período de férias. A união entre teoria e prática”, declarou.
“Do ponto de vista do hospital, abrir essa possibilidade é fundamental. A gente cumpre o papel com a sociedade, fazendo com que o aluno seja bem condicionado ao aprendizado. Com isso, além de bons profissionais formados, vamos ter um serviço de extrema qualidade para os nossos usuários. Então o Hospital de Emergência do Agreste tem se tornado destaque em relação ao investimento no conhecimento, justamente por estamos abertos sempre ao novo e o novo nos move”, ressaltou Evânio.
REFERÊNCIA ACADÊMICA
E como a saúde deve andar de mãos dadas com o conhecimento e a ciência, instituições conveniadas com a Sesau têm espaço para estágios de seus estudantes no HEA. Com isso, a teoria ganha reforço com a prática, contribuindo para a formação destes profissionais. Realidade que ocorre em consonância com o desenvolvimento educacional de Arapiraca e dos municípios da região, levando o HEA a ser referência também para estudantes de universidades, faculdades e cursos técnicos. O campo de estágio é aberto e os profissionais abraçam a causa, mas são extremamente criteriosos e cobram dos acadêmicos, exigindo pesquisa e atuação em busca do conhecimento.
Segundo a nutricionista Maria Sharlene Vieira, coordenadora do Núcleo de Educação e Ensino em Saúde do HEA, o hospital é considerado hospital escola e já ajudou na formação de mais de mil profissionais em diversos setores e tipos de graduação. “Além dos estagiários ligados à enfermagem, que sempre foram maioria, também contamos com acadêmicos de fisioterapia, radiologia, nutrição, psicologia, entre outros cursos. No caso de medicina, passou a integrar a lista logo após a Ufal [Universidade Federal de Alagoas] implantar o curso em Arapiraca. Isso é muito gratificante, porque só demonstra que o hospital não só forma para a sociedade, mas, também, para a melhoria do próprio serviço”, afirmou.
Maria Sharlene Vieira reforçou que o campo de estágio no HEA é assegurado por meio de convênio firmado com a Sesau, a quem a unidade hospitalar é vinculada e, com isso, os alunos passam a atuar, seja por meio de ligas acadêmicas, estágios, aulas práticas, visitas técnicas e pesquisas. “São as portas abertas para receber estagiários no campo da saúde, mas, também, na administração, segurança do trabalho, e outros setores profissionais”, salientou a coordenadora do Núcleo de Educação e Ensino em Saúde do HEA, frisando que, diante deste caminho trilhado, foi implantada também a residência médica e já está a caminho da residência multiprofissional, contemplando outras categorias na área da saúde.
Raisa Ferreira, de 22 anos, natural de Palmeira dos Índios, e presidente da Liga Acadêmica de Enfermagem em Dermatologia e Estomaterapia (Laede), relata que a experiência do estágio agrega conteúdo para a graduação e o exercício da profissão. “Sempre gostei de dermatologia e, quando passei a atuar no Ambulatório de Feridas do HEA, vi uma dermatologia diferente. A Liga e o direcionamento durante a experiência me ajudam bastante a ter esta visão acadêmica e de futuro profissional”, salientou.
Para a diretora-geral do HEA, Bárbara Albuquerque, para onde se olha na unidade hospitalar é possível ver construção, seja a construção de profissionais que aprendem e disseminam conhecimento na prática e na teoria, seja a construção de um hospital que soube se estabelecer pela qualidade no serviço e pela humanização no atendimento. “O HEA segue em obras de ampliação e reforma com melhorias que vão fazer parte das próximas páginas desta linda e longa história de cuidar de pessoas e de cuidar com o coração”, sentenciou a gestora da maior unidade hospitalar do interior de Alagoas.