Teotonio anunciou liberação de recursos em visita ao Centro de Acolhimento; Alagoas tem 40 instituições em 20 municípios alagoanos
O governador Teotonio Vilela Filho anunciou, nesta terça-feira (17), a liberação de R$ 8,7 milhões, em recursos do Estado, para o acolhimento a dependentes químicos em Alagoas, durante visita ao Centro de Acolhimento para Dependentes Químicos da Secretaria de Estado da Promoção da Paz (Sepaz). Na ocasião, ele assinou o edital de credenciamento para as comunidades acolhedoras. O governador lembrou que o problema da dependência química tem recebido especial atenção do governo.
“Antes não havia esse olhar cuidadoso sobre essas pessoas que, geralmente, ficam vulneráveis aos crimes. O nosso governo criou o Programa Acolhe Alagoas e hoje temos 40 unidades de acolhimento, espalhadas por 20 municípios que ajudam, desde 2010, a mais de 10 mil dependentes químicos”, explicou.
O chefe do Executivo Estadual defendeu a humanização no acolhimento aos dependentes químicos. “80% dos homicídios têm a droga como pano de fundo. O que estamos fazendo aqui, antes de ser um ato de governo, de políticas públicas para proteger a sociedade, precisa ser um ato de humanidade para apoiar as famílias que sofrem com esse problema dentro de suas casas”, afirmou.
Teotonio parabenizou o trabalho realizado pelos técnicos da Sepaz e pelos chamados Anjos da paz. “Quero parabenizar diretamente aos Anjos da Paz e aos servidores da Sepaz pelo difícil e admirável trabalho que exercem, proporcionando um ambiente de espiritualidade e de acolhimento para a recuperação dos dependentes”, afirmou.
O secretário estadual da Paz, Jardel Aderico, lembrou que a Secretaria da Paz foi criada na atual gestão. “O Governo priorizou a promoção da cultura da Paz e hoje podemos comemorar que, com o Acolhe Alagoas, praticamente erradicamos os “acorrentados” de Alagoas, um problema que ainda permanece na maioria dos estados brasileiros”, afirmou.
O secretário fez referência aos casos de denúncias feitas pelas próprias mães de dependentes químicos que para manter os filhos em casa precisavam acorrentá-los, antes do início do programa Acolhe Alagoas implantado pelo Governo do Estado em 2010. De acordo com números da Sepaz, já foram acolhidas, desde o início do programa, cerca de 10 mil pessoas.
A presidente da Associação das famílias de Dependentes químicos, Gilvanete da Silva Santos, agradeceu ao governador o apoio dado às famílias. “Hoje, governador, não quero derramar uma lágrima, quero sorrir e pedir a Deus que o seu sucessor tenha a mesma sensibilidade, carinho e amor que o senhor dedicou às famílias. Somos duas mil famílias para lhe agradecer, porque se os nossos filhos não tivessem sido levados para as comunidades, poderiam ter sido levados ao cemitério”, disse, emocionada.
Comunidades Acolhedoras – As comunidades são instituições que lidam com dependentes químicos e têm contrato firmado com o Governo do Estado, por meio de edital lançado pela Secretaria de Estado de Promoção da Paz (Sepaz). Estas instituições recebem um repasse mensal para manter as vagas ocupadas pelos dependentes químicos que não podem pagar.
O serviço é totalmente coberto pelo Governo do Estado. O custo de cada acolhido homem é o equivalente a 1 salário mínimo. Mulheres com filhos (crianças de colo podem acompanhar as mães nas comunidades) e menores de idade recebem um repasse maior.
Acolhe Alagoas – O Acolhe Alagoas existe desde 2010 e já acolheu 9923 pessoas. O projeto oferece 1200 vagas em 40 comunidades acolhedoras em 20 cidades no estado. O acolhimento tem como objetivo tirar o indivíduo do local do consumo da droga. O Acolhe Alagoas busca a modificação do comportamento do dependente químico, por meio de terapias, de um olhar diferenciado para cada pessoa, e levando o próprio dependente a identificar o que o levou ao uso de drogas.
Cabe ainda à instituição provocar a mudança de comportamento do usuário, para que ele construa um novo projeto de vida longe das drogas e que desenvolva estratégias para lidar com sua dependência, após a saída da comunidade. Em agosto de 2012, foram 3.589 dependentes químicos, ultrapassando a meta de 2000 acolhimentos estimados para aquele ano.
Só no primeiro semestre de 2013, já foram 2245 acolhimentos. O programa oferece, gratuitamente, vagas para homens, mulheres e jovens a partir dos 12 anos de idade para seis meses de internação voluntária e que podem ser prorrogados em caso de necessidade.
Anjos da Paz e o convencimento para o tratamento – Quando o dependente químico não aceita o tratamento, a Sepaz oferece o atendimento dos Anjos da Paz, uma equipe formada por psicólogo e assistente social que visita o dependente em casa ou no local indicado pela família/pessoa que solicitou a ajuda. Os Anjos da Paz explicam o funcionamento do Acolhe Alagoas e informam a possibilidade de tratamento.
Em vários casos, o usuário, antes arredio, aceita o acolhimento. Ou seja, aquela que seria uma internação involuntária torna-se voluntária. Os Anjos da Paz trabalham em parceria com os Conselhos Tutelares e bases comunitárias da Polícia Militar, que também podem solicitar uma visita. O atendimento é feito ao dependente e sua família. Em 2012, foram realizadas 1.923 visitas, sendo 450 solicitadas via bases comunitárias da PM e 452 pela Defensoria Pública para avaliar a necessidade da internação do dependente. Cento e quinze internações que seriam involuntárias (vagas em clínicas particulares pagas pelo Estado) transformaram-se em voluntárias.
Da Agência Alagoas