“Na hora da farra não esquente a cabeça, use camisinha”. Este é o tema da campanha idealizada pelo governo do Estado para orientar os foliões durante o Carnaval, onde serão distribuídos 3.080 milhões de preservativos. Com estas ações, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) irá incentivar a população a se prevenir contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), especialmente a Aids.
Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Sesau, Cleide Moreira, já foram entregues preservativos em 69 cidades, representando 70% dos 102 municípios alagoanos. Até sexta-feira (9), todos os municípios receberão sua cota de preservativos.
Em Maceió, uma ação que colaborou para o aumento do número de preservativos distribuídos foi o projeto “Saúde Sempre à Mão”, que cria uma rede estadual de distribuição de camisinhas em locais de livre acesso à população. Para isso, foram distribuídos cerca de 100 dispensadores com capacidade para armazenar 700 preservativos.
De acordo com Cleide Moreira, as ações no período carnavalesco de 2013 foram traçadas de acordo com as necessidades dos municípios, divididos para atuação específica das atividades de prevenção de DST/Aids. São 21 municípios prioritários, nove municípios ribeirinhos, sete municípios do litoral Norte e cinco municípios do litoral Sul.
“É importante que os municípios busquem os preservativos para a distribuição gratuita, contribuindo para facilitar o acesso da população às camisinhas. Em 2012, por exemplo, oito municípios não pegaram a sua cota, que este será dobrada”, informou a diretora de Vigilância Epidemiológica.
Perfil – De acordo com o Boletim Estadual do Perfil Epidemiológico de 2010, a detecção de Aids é crescente em todas as faixas etárias, mas a concentração é maior no grupo de 30 a 39 anos. É relevante a taxa de infecção em grupos antes não mencionados, como idosos e crianças de até cinco anos.
A epidemia crescente da doença coloca o Estado no 20º lugar no ranking de número de casos no país e fica na 4ª posição no Nordeste, apenas atrás de Pernambuco, Maranhão e Ceará. Em Alagoas a taxa de incidência é de 11.1 casos, a cada 100 mil habitantes – segundo dados de 2011.
Desde quando foi registrado o primeiro caso de Aids no País, em 1986, até o mês de julho de 2012, o Estado notificou um total de 3.850 casos acumulados da doença – sendo 2.578 casos em homens e 1.275, em mulheres. Apenas em 2011, foram 350 casos – o que representa uma média de registro de um caso de Aids por dia, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Assistência – Ainda segundo Cleide Moreira, é preciso intensificar a detecção precoce, por meio da oferta de exames (teste rápido – HIV, sífilis, hepatite B e C) para identificar os infectados, visto que o número de mortes está relacionado aos tratamentos tardios e às co-infecções.
“O acesso ao preservativo é a primeira iniciativa para reduzir o crescimento da epidemia. Aliado a isso, é necessário que as pessoas tomem conhecimento de sua condição sorológica, tanto para a se preservar quanto para aderir ao tratamento, garantindo assim a qualidade de vida”, orientou Cleide Moreira.
O tratamento gratuito da Aids em Alagoas pode ser realizado em três serviços de referência. O Hospital Universitário, o PAM Salgadinho e o Hospital Escola Dr. Hélvio Auto, em Maceió, prestam o serviço laboratorial. “Ressaltando que no Hélvio Auto, é a referência do SUS para internação de pacientes com a doença”, esclarece.
Por Ascom / Saúde