Prefeitos da região do Semiárido alagoano estiveram reunidos, na manhã desta segunda-feira (26), com o governador em exercício José Thomaz Nonô e com representantes do Comitê Integrado de Combate à Seca, no auditório da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), para conhecer e discutir ações de combate aos efeitos da seca. Na ocasião, os prefeitos discutiram com os representantes do comitê novas estratégias para o aperfeiçoamento e eficiência na assistência aos municípios atingidos pela estiagem.
Na reunião, foi distribuída a cartilha “Operação Seca: Guia Prático de Informação”, com o detalhamento das ações e programa de convivência com o Semiárido. “Esta cartilha apresenta em tópicos as ações feitas pelo Governo no combate à seca. Estamos vivenciando uma seca sem precedentes na história recente do Nordeste. Os efeitos da seca até agora não são mais calamitosos porque o governador Teotonio Vilela instituiu um comitê da seca que tem tomado providências para que os alagoanos, sobretudo os atingidos do Semiárido, sofram o mínimo possível os efeitos desta calamidade”, declarou José Thomaz Nonô.
O comitê foi criado em maio deste ano por decreto do Governo do Estado. O objetivo é coordenar e fiscalizar ações emergenciais, estruturantes e de apoio ao agricultor e ao pecuarista no enfrentamento aos efeitos da seca, bem como às populações atingidas.
O governador em exercício ressaltou que Alagoas está no começo do período de estiagem. “Na reunião da Sudene, em Salvador, a presidenta Dilma ouviu as ações de cada estado no combate aos efeitos da seca. Na ocasião, chamei atenção para uma singularidade: a maioria dos estados do Nordeste está saindo da seca, enquanto Alagoas, o Oeste de Pernambuco e Sergipe estão entrando no período da seca, absolutamente despidos de reservas hídricas. A previsão de ser a estiagem mais longa da história preocupa os governos. Continuamos mobilizados e trabalhando junto com os prefeitos para enfrentar os problemas trazidos pela estiagem”, afirmou Nonô.
A Secretaria de Estado da Agricultura adquiriu 10 conjuntos de motobomba para captação de água e abastecimento de carros-pipas, no valor de R$240 mil. Também executou a contratação de 11,8 mil horas/máquina para realização das obras de recuperação e limpeza de barreiros; além da aquisição de 6,6 mil toneladas de bagaço de cana, para alimentação animal.
“Através de reursos oriundos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), estamos dando assistência ao produtor rural atingido e às famílias que também sofrem com esta seca. Nossos técnicos também estão capacitando os agricultores para receber os benefícios e linha de crédito do governo federal, como o Programa Garantia Safra e Bolsa Estiagem”, disse o secretário José Marinho Júnior.
Também para auxiliar na alimentação animal e da população, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), já repassou 3,6 milhões de quilos de milho para 1.500 criadores. “Hoje já temos milho suficiente para atender a todos os agricultores. Para a alimentação da população, foi disponibilizado mais de um milhão de reais para distribuição de farinha, arroz e açúcar. Com a parceria dos prefeitos, pretendemos ampliar este atendimento, e estabelecer uma nova logística de armazenamento e distribuição”, afirmou Elizeu Rêgo, superintendente da Conab em Alagoas.
Durante sua apresentação, o comandante da Defesa Civil Estadual, Luiz Antônio Honorato, destacou as ações realizadas com recursos dos planos de emergência dos governos federal e estadual. “São dez milhões de reais que estão sendo aplicados na limpeza de barreiros, perfuração e recuperação de novos poços e na compra de dessalinizadores”, disse o comandante.
O comandante do 59º Batalhão do Exército Brasileiro, coronel Pinto Sampaio, destacou o trabalho de fiscalização e planejamento na distribuição de água. “A operação carro-pipa realiza um prestação de serviço extremamente importante. São 36 municípios, 210 caminhões e 965 pontos de distribuição com beneficiam cerca de 170 mil pessoas”, disse. O engenheiro da Casal Jorge Briseno salientou que o órgão já forneceu mais de 580m³ de água potável, equivalente a mais de R$ 1.300.000.
O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Napoleão Casado, expôs as ações da secretaria, como o “Programa de Recuperação de Nascentes”, que já recuperou 40 nascentes em Água Branca e Mata Grande. “São 11 municípios atendidos e mais de 8.200 pessoas atendidas no programa “Água para Todos”. Estamos recuperando 24 sistemas de fornecimento de água e 24 poços para fornecimento de água bruta, entre outros serviços, como recuperação de dessalinizadores, além de mais de 4 milhões de reais com recursos próprios para atender a 23 mil famílias”, explicou.
Em maio deste ano, 33 municípios decretaram situação de emergência. A declaração foi prorrogada em novembro deste ano nos municípios de Água Branca, Batalha, Belo Monte, Cacimbinhas, Canapi, Carneiros, Craíbas, Delmiro Gouvéia, Dois Riachos, Estrela de Alagoas, Girau do Ponciano, Inhapi, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Major Izidoro, Maravilha, Mata Grande, Minador do Negrão, Monteirópolis, Olho D’Água das Flores, Olho D’Agua do Casado, Olivença, Ouro Branco, Palestina, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, Pariconha, Piranhas, Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema, São José da Tapera, Senador Rui Palmeira e Traipu. Outros três municípios já entraram com o pedido de reconhecimento de situação de emergência, são eles: Igaci, Coité do Nóia e Quebrangulo.
Agência Alagoas