Clerisvaldo B. Chagas, 24 de abril de 2015
Crônica N 1.416
Com a chegada do fazendeiro, Martinho Rodrigues Gaia e seus irmãos, em 1771, a localização privilegiada da casa-grande de Martinho Rodrigues Gaia, fez brotar um arraial de caboclos (mestiços de brancos e índios Fulni-ô) entre 1771 e 1787.
“Quando o padre Francisco José Correia de Albuquerque chegou pela primeira vez à ribeira do Panema, em 1787, já encontrou o arraial de mamelucos. Ficou o santo padre hospedado na casa do seu grande amigo Martinho Rodrigues Gaia. O padre Francisco já trabalhara em outros lugares e viera designado para exercer as suas funções sacerdotais na região, porém, tendo como central dos seus movimentos religiosos, o arraial da margem do Ipanema. Na bagagem trouxera uma imagem de São Joaquim e outra de santa Ana, diretamente da Bahia, a pedido da esposa do fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia. Ana Teresa, primeiríssima devota de Santa Ana nas terras da ribeira.
Ainda a pedido daquela fervorosa cristã, o padre fez erguer uma capela onde antes era o curral de gado, cem metros a noroeste da casa-grande de Martinho Rodrigues Gaia. Além do terreno cedido para a capela, este fazendeiro ainda muito contribuiu para a sua construção. Por trás da capela o sacerdote construiu também um abrigo para beatas. Ele mesmo dourou o altar e esculpiu em madeira a imagem do Cristo Crucificado.
Terminado todo o serviço, o padre colocou, então, no altar as imagens de São Joaquim, Senhora Santa Ana e o Cristo por ele confeccionado. A capela foi inaugurada em 1787, mesmo ano em que o sacerdote chegara ao arraial de mamelucos.
ESTAVA, POIS, FUNDADA OFICIALMENTE A FUTURA CIDADE DE SANTANA DO IPANEMA, COM A CONSTRUÇÃO DA CAPELA EM 1787, PELO PADRE FRANCISCO CORREIA DE ALBUQUERQUE E SEU AMIGO FAZENDEIRO MARTINHO RODRIGUES GAIA”.
(Extraído do livro “O boi, a bota e batina; história completa de Santana do Ipanema”, reproduzido no livro “Santana do Ipanema; conhecimentos gerais do município).