FOI NA HISTÓRIA GERAL, FOI EM SANTANA
15 agosto 2018
“Antes da Revolução Industrial, as formas de produção predominante nas cidades europeias eram o artesanato e a manufatura.
No artesanato as tarefas eram feitas geralmente pela mesma pessoa. No caso de confecção de sapatos, por exemplo, era o sapateiro que inventava o modelo, cortava, costurava, colava o couro e dava acabamento. O artesão era dono da matéria-prima e das ferramentas e conhecia todas as fases da produção; a oficina ficava num cômodo da sua própria casa.
A partir do século XV, com as Grandes Navegações e as conquistas de mercado na África, na Ásia e na América, aumentou muito a procura por produtos europeus. Muitos negociantes da Europa passaram, então, a reunir trabalhadores em grandes oficinas e a oferecer-lhe a matéria-prima e uma remuneração pelo serviço realizado. Essa forma de produção é chamada de manufatura. Nela, a oficina e as ferramentas pertencem ao capitalista e ocorre uma divisão de trabalho, cada trabalhador realiza uma parte do trabalho.
Depois, com a criação de máquinas industriais movidas a vapor, ocorreram mudanças profundas. Cada uma dessas máquinas substitui diversas ferramentas e realiza o trabalho de várias pessoas. As pessoas foram deixando de trabalhar em casa, ou em oficinas e passaram a trabalhar em fábricas para um patrão em troca de salário. Essa nova forma de produção recebeu o nome de maquinofatura”
JÚNIOR, Alfredo Boulos. História, sociedade e cidadania. FTD, São Paulo, 2015. 3a. ed. Pag. 80.
Aqui, em nosso Sertão velho de guerra, sentimos essa mudança a partir dos anos 60, em Santana do Ipanema. Os sapateiros individuais foram convocados ao trabalho pelos patrões capitalistas, deixando assim o artesanato e formando a manufatura. Havia várias fabriquetas de calçados como a de Seu Elias, na Rua São Pedro; a de Seu Pim-Pim em pleno centro comercial (onde foi após, as Casas Lima) e a de Seu Evilásio Brito na Rua Barão do Rio Branco.
Sem querer falar mais no leite derramado, todas fecharam e a nossa cidade perdeu a oportunidade de ser no futuro um grande polo calçadista do País.
Haja ignorância no mundo.
Clerisvaldo B. Chagas, 15 de agosto de 2018
Crônica: 1.964 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano