O Fundo Monetário Internacional (FMI) rebaixou a previsão de crescimento da economia brasileira este ano, reiterando um cenário de “instabilidade” internacional e citando “vulnerabilidades domésticas” nos países emergentes. Em linha com os ajustes para baixo que têm sido feitos pelo mercado, o FMI passou a considerar que a economia brasileira vai crescer 2,5% até dezembro – previsão meio ponto percentual mais baixa do que a estimativa divulgada em abril.
Em uma atualização do seu relatório macroeconômico, o Panorama Econômico Mundial, divulgado hoje (16) em Washington, nos Estados Unidos, o FMI observa que “o ímpeto de crescimento desacelerou em várias economias emergentes, especialmente o Brasil, a China e a Índia”. “Isso reflete em parte um ambiente externo mais fraco, mas a demanda doméstica também desacelerou fortemente em resposta a limites da capacidade e uma política monetária restritiva no último ano.”
O documento diz ainda que: “[A curto prazo] a atividade em muitos mercados emergentes deve ser amparada pelo afrouxamento monetário iniciado no fim de 2011 e início de 2012 e, nos [países] importadores líquidos de combustível, pelos preços mais baixos do petróleo”.
Para 2013, o FMI estima que o crescimento do Produto Interno Brasil (PIB) brasileiro chegará a 4,6% – meio ponto percentual acima da projeção anunciada três meses atrás. Segundo o fundo, o crescimento maior no ano que vem será puxado pelas obras da Copa do Mundo de 2014.
Um primeiro semestre melhor do que o esperado ainda deve garantir um crescimento global para este ano de 3,5% nas previsões do FMI. Em 2013, a previsão é uma expansão de 3,9%, 0,2 ponto percentual a menos do que a estimativa divulgada em abril. Os economistas advertem ainda que os resultados só serão alcançados se houver uma ação política mais firme dos líderes dos países desenvolvidos para reduzir a instabilidade econômica global.
Na zona do euro, o FMI reiterou que é preciso continuar progredindo e sugere a criação de uma entidade única de fiscalização dos bancos da região e de mecanismos para “romper o elo entre dívidas bancárias e soberanas”, permitindo que o fundo europeu de resgate possa emprestar dinheiro diretamente a bancos em dificuldades.
Nos Estados Unidos, a grande preocupação é com o chamado abismo fiscal, uma série de cortes de gastos e o fim de isenções fiscais que podem ser adotados já a partir de janeiro, se o Congresso americano não chegar a um plano para aplicá-los gradativamente. O FMI crê que, apesar de dividido, o Legislativo americano postergará a entrada em vigor das medidas, evitando o freio sobre a economia.
Por Agência Brasil