Falta de dinheiro acontece por irregularidades na folha, aponta Sinteal em Santana

22 dez 2015 - 10:17


Estudo da folha de pagamento da Educação, feito pela entidade, verificou que existe inúmeros casos de servidores trabalhando de forma irregular.

Membros da Comissão expuseram alguns problemas (Fotos: Lucas Malta / Alagoas na Net)

Membros da Comissão expuseram alguns problemas (Fotos: Lucas Malta / Alagoas na Net)

A assembleia geral realizada na tarde desta segunda-feira (21) em Santana do Ipanema, pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) serviu para ir muito além do simples fato de informar as datas de pagamento de benefícios como o Décimo Terceiro Salário.

Em boa parte, a reunião foi tomada por falas de integrantes de uma comissão especial formada por membros do próprio sindicato e que tem como objetivo único, a análise das folhas de pagamento feita nos últimos meses pela Prefeitura de Santana.

Parte dessa análise já foi adiantada na própria assembleia e o resultado, segundo as próprias palavras de alguns membros dessa comissão, poderá ser até caso de polícia.

O que foi feito?

Um dos membros desta comissão é o servidor e morador do Povoado Areia Branca, Junior Genuíno. Ele cita que assim como seus colegas, seu papel da comissão é emitir um relatório de todos os pontos da folha que estão prejudicando a aplicação dos recursos do Fundeb.

“A categoria decidiu que nós não vamos apontar os nomes, pois a Administração conhece cada caso, pois foram eles que lotaram ou não lotaram. Sendo assim, até janeiro vamos produzir o relatório e enviar ao município para que se regularize”, comentou.

Ainda segundo Junior, ficou acordado com o prefeito, que ele deverá baixar um decreto logo após receber o documento e assim ajustar essas situações. A consequência disso deverá ser a resolução de inúmeros problemas de ordem financeira na educação.

Casos absurdos

Outros detalhes dessas irregularidades são contados pelo professor Paulo Roberto Chagas. Ele também integra a comissão e adianta que existem situações irregulares das mais diversas e que não deveriam ser minimamente aceitas.

“Temos casos de servidores que passaram neste último concurso e que deveriam estar em estágio probatório, mas estão atuando na gestão de direção de escolas”, frisou ele, lembrando que o estágio probatório é o momento para que o professor esteja na sala de aula.

O exemplo citado por Paulo, também foi abordado pela dirigente da executiva estadual, Darci Acioli. “Se esse servidor quer estar à frente da escola, que o faça, ele tem direito, mas para isso ele tem que interromper seu estágio probatório, situação do jeito que está é irregular”, pontuou a sindicalista.

Dentre outros casos, o integrante da comissão também expõe que tem professor que está atuando fora da área da educação e recebendo proventos na casa dos R$ 4 mil. Outros servidores que nem sequer moram no município também teriam sido flagrados. “O caso de servidores lotados em outros setores, assim como cedidos, e até aqueles que há anos só fazem assinar a folha, mas botam outros para trabalhar é o que mais aparece”, disse Paulo Roberto.

Quanto custa?

Apesar de todos os flagrantes detectados pelo estudo da folha do Sinteal, Paulo Roberto disse que o prefeito Mário Silva mostrou surpresa diante das irregularidades. “O prefeito disse que não sabia que alguns desses casos ainda estavam acontecendo, daí não tive como não perguntar: e as suas ordens estão servindo de que?”, questionou.

O outro integrante da comissão também fez questão de frisar que durante a última reunião com o prefeito, ele foi informado que poderá responder seriamente pelas irregularidades. “Milton Canuto deixou claro que ele irá responder por Improbidade Administrativa. Ou ele resolve, ou responde ele, o secretário e os diretores que estão acobertando essas situações”, complementou Junior.

Para saber exatamente quanto essas irregularidades estão causando de prejuízo para o município Junior afirma que o relatório final irá descrever exatamente todos esses detalhes. “Ele vai ter o valor total dessas despesas. Quantidade de pessoas que estão terceirizando, pessoas cedidas de forma irregular, entre outros”, colocou o servidor.

Por Lucas Malta / Da Redação

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