EUCALIPTO: INÍCIO DE PRINCIPADO
17 Maio 2018
Com as sucessivas crises canavieiras, desde o início da sua história em Alagoas, aos poucos vai mudando a paisagem na antiga Zona da Mata. Os algodoais sertanejos que concorreram com a cana-de-açúcar e venceu, entrou em crise e sumiu levando consigo as indústrias fabris do estado.
A cana vem sofrendo queda na produção, fechamento de usinas e perdas territoriais de plantio. É nesse cenário que – entre outras alternativas para os canaviais – surgiu e se expande o Eucalyptus globulus labill, simplesmente eucalipto. São produtores pequenos, médios e grandes que estão produzindo madeira em lugar da cana. Inicialmente indicado para lugares altos e difíceis, o eucalipto disparou na aceitação. O próprio viajante já pode constatar a mudança do panorama quando o asfalto é ladeado pela Eucaliptocultura.
Há aproximadamente 8 oitos teve início essa alternativa e que nos últimos tempos saltou de 900 hectares para 15 mil hectares e continua em expansão. A necessidade crescente de madeira no mundo mostra boa perspectiva no negócio. Madeira boa, legalizada que atende o comércio de móveis, lenha, artesanato, medicinal e tantos outros, pois do eucalipto tudo se aproveita. Isso vem aliviar a derrubada clandestina da floresta tropical, da caatinga, manguezais e mesmo de alguma reserva da vegetação agreste.
Dizem que são 730 espécies de eucaliptos no mundo, sendo 20 delas comerciais. Seu cheiro e propriedades são usados como desinfetantes e remédios contra gripe e sinusite.
Importantes e famosas fábricas nacionais estão se instalando em Alagoas tendo em vista a matéria-prima ao alcance da mão. Estão surgindo inúmeros negócios por causa da madeira e, já se vende clones para plantio do auspicioso cultivo. Nessa velocidade e aceitação, só o tempo dirá se Alagoas deixará de ser conhecida pelos seus verdes canaviais e será a terra dos eucaliptos, cujos detalhes técnicos e derrubadas de mitos, deixamos de apresentar.
E se a cana-de-açúcar era rainha em Alagoas, chegou o príncipe eucalipto na Terrinha.
Clerisvaldo B. Chagas, 17 de maio de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.903