O motivo – segundo a própria PM – é dar segurança aos professores e aos próprios alunos, que após diversas investidas do tráfico de entorpecentes na região, a revista foi à única solução encontrada.
As revistas foram empreendidas após traficantes da região ameaçarem professores, causando assim a suspensão das aulas, e um incêndio no banheiro da escola provocado por um aluno, segundo a direção, envolvido com o tráfico. De acordo com o comando do Batalhão Escolar, a presença da polícia na unidade de ensino se deu após a solicitação da comunidade e da própria escola, mas reconhece que o problema não se resume apenas ao estabelecimento.
Para o Ministério Público de Alagoas, a ação fere o artigo 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente que assegura: “É dever de todos zelar pela dignidade da criança e adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.
Segundo o promotor de Justiça Luiz Medeiros, a atitude da PM vai na contra mão de tudo que é garantido pelo estatuto. “Fiquei perplexo quando vi”, disse o promotor, após a imprensa local estampar as imagens. E acrescentou: “essa revista não pode ter continuidade em hipótese alguma”. Ainda segundo ele, a abordagem é equivocada e os policiais são preparados para identificar quando há um suspeito. “Cada aluno reage de uma forma, isso pode provocar consequências psicológicas das quais eles podem não se recuperar”, acrescentou.
Após a polêmica, as revistas foram mantidas depois de um acordo firmado entre a Secretaria de Educação e o Ministério Público. No dia primeiro de outubro, o secretário Adriano Soares se reuniu com o comandante da Polícia Militar, coronel Dimas Barros Cavalcante, ficando acordado que as revistas só serão empreendidas aos alunos considerados suspeitos.
Os alunos e os servidores da escola foram proibidos – expressamente – pela Secretaria de Educação de se pronunciar com a imprensa. Após o ocorrido, a reportagem tentou conversar com a direção, mas temendo retaliações não foi permitido a entrada na unidade de ensino.
Fonte: Brasil de Fato