Alunos da Escola Municipal Maria de Lourdes de Melo Pimentel, localizada no conjunto Village Campestre II, em Maceió, sofrem com um problema de falta d’água desde janeiro deste ano. Por causa disso, 350 alunos estão com o calendário letivo atrasado e as aulas estão suspensas. A direção da unidade já denunciou a situação ao Ministério Público Estadual (MPE).
Segundo a direção da escola, o fornecimento de água era feito por meio de um poço artesiano particular. No entanto, em janeiro de 2013, a Prefeitura teria suspendido o pagamento que era feito pelo uso da água e o fornecimento foi interrompido. Daí em diante, carros-pipa contratados pelo Município passaram a levar água até a escola.
“Mas o serviço não é constante. Às vezes, passam uma semana sem trazer água. E semana passada, o carro-pipa trouxe uma água completamente suja, turva”, disse a diretora Lourdes Oliveira. “Não temos condições de manter as aulas dessa forma. Por isso, desde quinta-feira que as aulas estão suspensas”, acrescentou a diretora.
Sem água, sem comida
Entre os principais transtornos causados pela falta d’água está a impossibilidade de preparar a merenda dos alunos. Sem o alimento, as crianças ficam insatisfeitas e as aulas tinham que ser interrompidas na metade da tarde.
Lucilene Carvalho tem dois netos que estudam na escola e procurou a unidade na tarde desta segunda-feira (13), a fim de saber quando as aulas retornariam. “Os meninos querem estudar e não podem. Todo dia pedem para ir à escola. E nós também somos prejudicados, porque temos o que fazer à tarde e temos que ficar em casa cuidando das crianças”, disse.
Já o pequeno Gabriel tem seis anos e foi à escola nesta segunda-feira mesmo sem ter aula. “Ele tem que trazer água de casa, porque senão fica com sede a tarde inteira”, relatou a mãe de Gabriel, Josefa Maria da Silva.
Mas a falta de água não é o único problema enfrentado pela escola. Professoras relataram que a estrutura física é precária e a rede elétrica é instável, o que compromete o andamento das aulas. “Na minha sala, quando chove muito, os alunos precisam usar o guarda-chuva. E às vezes é necessário colocar as crianças em duplas para desocupar a última fileira, onde a chuva entra pela telha”, relatou a professora Cristiane Cláudia.
“Quando chove muito, faz medo até os alunos usarem o banheiro, porque a água entra e o interruptor fica dando choque”, contou Cristina Oliveira, ao dizer que até a voltagem entre as salas é variável. “Quando ligamos o liquidificador da copa, as luzes do corredor apagam”, emendou.
Segundo a direção, a escola tem 350 alunos que cursam entre o 1º e o 4º ano do ensino fundamental, além da educação de jovens e adultos, que ocorre no turno da noite.
A Secretaria Municipal de Educação (Semed) confirmou o problema no abastecimento de água, mas informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que a situação será normalizada em breve.
Segundo a secretaria, a associação de moradores do Village Campestre dispõe de um poço artesiano capaz de atender às demandas da escola. Então, a coordenação geral de administração da Semed agendou uma reunião com o presidente da associação para esta terça-feira (14), a fim de fazer um contrato de fornecimento de água potável.
Do Alagoas 247 com Gazetaweb