Estudantes e Agripa abraçam o rio Ipanema durante aula campal

02 abr 2015 - 06:00


Guardiões do Rio Ipanema e estudantes da Escola Cenecista Santana visitaram trechos do Ipanema.

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Fotos: Assessoria Agripa

Durante mais uma atividade em favor da conscientização ambiental em defesa do rio Ipanema, o Colégio Cenecista Santana em parceira com a Associação Guardiões do Rio Ipanema – AGRIPA, realizou, na manhã desta quarta-feira (1º), da Semana Santana, uma aula campal com estudantes do 4º Ano do Ensino Fundamental e do 3º Ano de Ensino Médio, numa faixa etária entre 9 e 17 anos de idade.

Os alunos puderam visitar um dos principais pontos de impacto ambiental do rio Ipanema, o Matadouro Público, que há mais de 40 anos funciona de forma inadequada, por se encontrar abaixo da localidade denominada Barragem e rente ao riacho Salobinho, afluente do Ipanema.

A palestra iniciou-se com a fala de um dos fundadores da Agripa, Sérgio Campos, que falou da importância da adesão de crianças e adolescentes neste trabalho de educação ambiental. “É necessário que haja conscientização sobre a importância da preservação, para que o nosso “Velho Panema” volte às suas origens, onde a pesca predatória possa se transformar em um meio de sobrevivência e o banho em uma forma de lazer”, comentou o guardião.

Em seguida, a diretora da Escola Maria Nepomuceno Marques, Maria Lúcia Barbosa “Lucinha”, falou da sua experiência com o rio Ipanema, durante a sua infância. “Aqui, nessas águas, vim muitas vezes acompanhar a minha mãe, uma lavadeira de roupas que ganhava o sustendo da família com esta renda. Eu aproveitava para tomar banho, e hoje o que nos resta é um enorme lamaçal. É lamentável”, citou a educadora.

A professora Edilma Gomes, natural de Palmeira dos índios, é uma das pessoas mais empolgadas no desafio de despoluição, conservação e preservação do rio Ipanema. “Estou aqui [em Santana] há pouco tempo, mas logo que cheguei me engajei nessa luta pela vida. Nós precisamos entender que Santana só existe por causa do rio Ipanema”, relatou a guardiã.

O professor de Biologia, Fábio Campos, recém integrado na Agripa, lembrou que Santana leva o nome do rio, assim como outras cidades circunvizinhas, que sugerem o nome por causa da água, por motivo de os primeiros povos que aqui habitaram buscaram água como meio de sobrevivência. Fábio também fez menção a justa homenagem feita em uma das entradas da cidade, onde existe a famosa estátua de um jumento e seu tangedor. “Há alguns anos não tínhamos água encanada do rio São Francisco. Nessa época muitos animais, com suas ancoretas, serviam às nossas casas com água do Panema, onde era usada para se beber, cozinhar e tomar banho”, falou o biólogo, que chamou todos a uma reflexão em favor de um só objetivo: SALVAR O RIO IPANEMA.

O outro lado do rio

Do matadouro, o grupo seguiu os passos dos guardiões em busca de um lugar menos poluído e mais aconchegante, onde a ação predadora do homem ainda não fosse tão explícita. Fomos à localidade Poço Grande, acima da Barragem.

Lá, alunos e professores puderam vislumbrar uma paisagem mais agradável, apesar de alguns problemas encontrados em toda a extensão do rio, na zona urbana: desmatamento, cercas e invasões do leito do rio.

Mais descontraídos os estudantes puderam desfrutar da poesia matuta do artista popular e guardião, Cícero Ferreira Machado, o “Ferreirinha”.

O encerramento ficou a cargo do guardião e ambientalista Manoel Messias, que discorreu sobre a situação do desmatamento das matas ciliares.

“Dentre os impactos ambientais causados ao rio, a devastação dessa vegetação é também uma enorme preocupação, tal qual o assoreamento. Devido a esta ação inadequada, o que vimos é um certo desequilíbrio no habitat, uma enorme quantidade de areia acima do normal, que acaba provocando uma mudança na paisagem, bem como a sobrevivência de algumas espécie”, falou Manoel Messias, finalizando as explanações da aula diferente.

O grupo de alunos e professores, esteve sob a orientação da Coordenadora Pedagógica Pauline Ferreira, acompanhada das professoras de Português, Maria Elbanete, da professora Edilma Gomes e do professor de Filosofia, Robson.

Da Assessoria Agripa

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