Sobre Diógenes Pereira

Diógenes Rodrigues Pereira é Psicólogo Clínico, Terapeuta Cognitivo Comportamental, Especialista em Avaliação Psicológica, Palestrante, Consultor Pessoal e Organizacional. Formado pelo Centro Universitário Cesmac (Maceió).


Entenda a diferença entre Medo e Fobia

25 novembro 2018


Foto: Ambermb / Pixabay

Medo é originário da palavra latina metus, que significa sentir-se desconfortável perante a uma situação de risco ou uma ameaça, real ou imaginária. Diante do mesmo conceito, medo refere-se ao anseio de acontecer algo contrário à vontade ou necessidade de um resultado esperado.

Fobia surgiu da palavra grega phóbos, que significa medo ou terror. A palavra fobia é também considerada um sinônimo de medo extremo. É possível afirmar que a fobia é um medo exagerado e incontrolável.

Medo é uma das emoções primitivas que resultam da aversão natural à ameaça, sentida pelos animais assim como nos seres humanos. Medo também é aprendido nas nossas relações familiares e sociais. Assim como aprendemos a ter medo, é possível perder o medo de algo ou alguma coisa ao longo da vida. Consequentemente as coisas que nos faziam medo na infância já não assustam hoje. Alguns dos nossos medos atuais possivelmente não terão nenhum significado daqui alguns anos.

Fobia é uma emoção sem controle, é a aversão insuportável gerada por um medo sem explicação. Também pode ser aprendido, a final cerca de 80% dos comportamentos que nós seres humanos apresentamos, são adquiridos nas experiências de vida através dois cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar. Mas, a “fobia” muitas vezes se desenvolve por um trauma sofrido em algum momento da vida.

O Medo é natural e saudável a nós seres humanos, sendo considerado como uma reação instintiva emitida por nosso organismo quando exposto a situações de risco e/ou desconforto. Com isso, o medo está ligado aos aspectos de vigilância que preservam a integridade e a sobrevivência individual ou coletiva da espécie. O medo é um moderador de ações, quando alguém não tem medo, essa pessoa perde a noção de perigo, podendo se machucar ou até mesmo morrer.

Por exemplo: é bem comum uma criança aos dois anos não ter medo das coisas e animais a sua volta, pois, ela está no processo de aprendizado e ainda não tem sua consciência concreta o suficiente para compreender o que lhe oferece risco.

Por exemplo, uma pessoa que está vivenciando um surto psicótico não sente medo, porque nessa condição a pessoa sofreu uma alteração de consciência e com isso não consegue identificar o perigo.

A Fobia caracteriza-se como medo incontrolável, angústia intensa, uma aversão insuportável a algo ou alguma coisa, e que as vezes essa condição assustadora não representa perigo real para essa pessoa. Por isso a Psicologia considera a fobia uma doença psicológica.

Por exemplo, alguém que desenvolve fobia de lugares fechados. Sabemos que nem todo lugar fechado causa risco a alguém.

Imaginem alguém com fobia de aranha, essa pessoa não consegue ver aranha no celular ou na televisão por exemplo, mesmo sabendo que é virtual essa pessoa não suporta estar em contato com esse inseto.

Vale lembrar que não só a fobia, mas qualquer outro tipo de transtorno e alteração psicológica, é considerado patológico quando atrapalha os compromissos e obrigações da vida pessoal e/ou social de alguém.

Imaginem que, ter medo de cachorro não impede que alguém saia para trabalhar todos os dias, mesmo sabendo que existe vários cachorros de rua soltos na cidade. Mas, alguém portador de fobia social não consegue trabalhar em locais como numa fera livre onde ela fica rodeada de várias pessoas. Nessa condição, além da ansiedade extrema e do medo persiste e exagerado, essa pessoa não consegue raciocinar e perde o controle dela mesma.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais, a fobia simples tem pelo menos cinco categorias:

  • Animais (aranhas, cobras, sapos, etc.)
  • Aspectos do ambiente natural (trovoadas, terremotos, etc.)
  • Sangue, injeções ou feridas
  • Situações (alturas, andar de avião, elevador ou metrô, etc.)
  • Outros tipos (medo de vomitar, contrair uma doença, etc.).

Os sinais e sintomas podem variar em algumas pessoas e também de acordo com o tipo de fobia. Muito embora, existem algumas características que são notadas em todos os indivíduos que apresentam fobias:

  • Medo sem justificativa, diante da fobia é incapaz de cumprir suas tarefas do dia a dia.
  • Sentimento de pânico incontrolável, em situações de pouco ou nenhum perigo real.
  • Reações físicas e psicológicas, como sudorese, taquicardia, dificuldade para respirar, e ansiedade intensos, tremores e etc.
  • Reconhece que o medo é exagerado e sem razão, mas não consegue se controlar.

Independentemente do tipo de fobia, não é aconselhável forçar o indivíduo em situações que lhe causam sofrimento psíquico, a exposição agressiva pode agravar ou até mesmo desenvolver outra alteração psicológica no indivíduo. Crises fóbicas não são frescura, e nem se resolve com conselho ou práticas religiosas.

O ideal é procurar um Psicóloga para um acompanhamento terapêutico, com o tratamento psicológico é possível estabilizar o estado emocional, existem estratégias e técnicas que controlam as crises fóbicas, possibilitando o indivíduo ter uma vida natural, cumprindo suas funções sociais, pessoais e profissionais.

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