Empresa de recarga de cartuchos em Alagoas cresce após ajuda do Sebrae

18 jul 2012 - 19:11


Em Maceió, Alagoas, um programa de inovação ajuda uma empresa de recarga de cartucho a crescer. E com as soluções implantadas, o faturamento do negócio aumentou em mais de 60%.

A empresa de Tiago Pereira é especializada em recarga de cartuchos para impressoras. Tudo é organizado nos menores detalhes. Uma lição que o empresário aprendeu na marra. “Antes, a gente tinha muita reclamação. Os clientes ligavam reclamando pela má qualidade do serviço, pelo tempo, demorava bastante”, relata.

A empresa existe desde 2007. O investimento inicial foi de R$ 12 mil e o negócio patinava. Aí, o empresário decidiu mudar. Procurou o Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e entrou no programa Sebraetec, que apoia empresas com soluções de inovação e tecnologia.

“Tudo inicia com a definição de missão, visão e valores, que ditam os rumos da empresa. Também o estabelecimento de um código de ética, que crie regras claras sobre o que pode e o que não pode ser feito e assim o comprometimento do empresário com as mudanças necessárias para a implementação do programa”, revela Isabel Monteiro, do Sebrae de Maceió.

Durante oito meses, o Sebrae deu consultoria à empresa. A mudança foi drástica. E o que mudou também foi o ganho de produtividade. “Hoje, a gente consegue controlar o horário do cartucho, para iniciar o horário de remanufatura dos cartuchos, o horário que o cliente pode vir buscar o cartucho ou a gente fazer entrega dos cartuchos, qual técnico vai ser responsável pelo cartucho”, diz Pereira.

Os funcionários fizeram uma série de cursos: planejamento do trabalho, atendimento ao cliente, pesquisa de mercado e padronização do serviço.

Resultado eram seiscentas, hoje são 900 recargas por mês, com o mesmo número de funcionários. E depois da ajuda do Sebrae, a produção ficou concentrada em uma única bancada. Ficou tudo mais rápido.

“O cartucho chegou, ele vai verificar, vai analisar qual é o problema do cartucho, vai visualizar o histórico do cartucho, que nós temos esse controle e passar automaticamente ao técnico que será o responsável pela remanufatura do cartucho em si.”

Com mais tempo, sobrou espaço para a criatividade do empresário.Ele descobriu uma maneira de aumentar em seis vezes a quantidade de 30 nos cartuchos. Trocando uma esponja ele faz a super-recarga. Ela custa R$ 15.

“Nós fizemos uma adaptação no cartucho. Cartucho que vem com 3 ml de tinta, a gente passa a colocar 20 ml de tinta. É uma adaptação para facilitar a quantidade de impressões que o cliente tem, aumentando com isso a durabilidade do cartucho”, afirma.

A empresa ainda busca o cartucho usado e entrega recarregado, sem cobrar nada a mais por isso.

Uma empresa de material de construção é um dos 500 clientes. A parceria começou há dois anos e meio e não parou mais. Hoje encaminha 25 cartuchos para recarga por mês.

“A pontualidade é um dos pontos fortes deles, mas a qualidade é o que mais nos chama a atenção, porque não deixa a desejar o serviço deles. Raramente nós devolvemos um toner para fazer uma nova recarga ou devido a defeito”, diz Roberto Carvalho, supervisor administrativo.

A qualidade do serviço que a empresa presta hoje virou propaganda barata e eficiente. Um cliente, por exemplo, indicou o serviço para oito empresas que também passaram a fazer a recarga de cartucho. “Com certeza, um bom serviço a gente vai indicar para outros nossos clientes nossos também. Nós temos outros parceiros em outros ramos de atividade, e sempre comentamos. E alguns parceiros nossos também estão trabalhando com eles”, revela Carvalho.

Só em 2011, o Sebrae implantou 86 programas de gestão competitiva em alagoas. E subsidia 90% dos custos de quem participa. A consultoria de oito meses custa R$ 560. E em geral, depois do trabalho, as empresas literalmente decolam. No negócio de recarga de cartuchos, o faturamento aumentou 66 % em um ano.

“Daqui para a frente, o objetivo é fazer a empresa caminhar com as próprias pernas, em um processo de qualidade, se desenvolvendo, aumentando o faturamento, que é importante, e quem sabe se tornar uma média ou grande empresa. Talvez até com o ISO 9001, quando ela tiver o porte que permita uma certificação”, afirma Isabel, do Sebrae.

por G1

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