Elevado índice de homicídios migrou dos centros urbanos para Municípios do interior

24 jul 2013 - 09:16


Armas

Foto: Ilustração

Estudo sobre a violência no Brasil confirma projeções divulgadas pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). De acordo com o Mapa da Violência 2013, do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, a incidência maior de homicídios migrou dos maiores centros urbanos para os Municípios que eram tidos como pacatos, principalmente no Nordeste. Esse fenômeno já havia sido estimado pela CNM, por meio de pesquisa divulgada em 2009.

O estudo do sociólogo mostra que apesar de 2.267 Municípios – 38,9% do total – não terem registrado nenhum homicídio em 2011, outros 15 superaram a marca de 100 homicídios por 100 mil habitantes. Pelos dados, nos últimos 33 anos, a taxa oscilou em torno de 27 vítimas/ano por grupo de 100 mil habitantes. Mas, enquanto São Paulo passou da terceira capital mais violenta do País para a menos violenta, Municípios nordestinos aparecem com elevados índices.

No estudo da CNM, o quadro já havia sido diagnosticado. E Alagoas já aparecia entre as capitais em ascensão no ranking das mais violentas. Agora, pelos novos dados, está no topo da lista, com seis Municípios, dos 15 mais violentos. Seguido da Bahia e o Pará, com três Municípios. E do Paraná e da Paraíba com dois e um Municípios, respectivamente.

Violência

Alagoas

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De acordo com o estudo do sociólogo, a média geral de homicídios representa apenas a metade da incidência da violência contra jovens entre 15 e 24 anos de idade: de 42,4 por 100 mil habitantes em 1996, ela subiu para 54,8 em 2012. Em 3.638 Municípios, nenhum homicídio juvenil foi registrado. No entanto, em 12 anos, Maceió (AL) pulou da 10.ª colocação para a 1.ª entre regiões metropolitanas, chegando ao índice de 111,1, sexta taxa mais alta entre todos os Municípios. Também alcançou a marca de 288,1 por 100 mil jovens entre 15 e 24 anos.

Entre as principais causas para a migração da violência dos grandes centros para os Municípios menos populosos, o estudo de Waiselfisz indica: a abertura de novos polos de desenvolvimento em lugares com mecanismos de segurança muito precários, a proximidade da fronteira, o turismo predatório e a transferência das metrópoles para o interior de quadrilhas do crime organizado, tráfico de drogas e milícias. Motivos também relatados no estudo da CNM.

Agência CNM

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