Renan Calheiros conversou com o jornalista Roberto D’ávila (Foto: Reprodução / Globo News)
Reeleito para o seu quinto mandato como Senador da República a partir de 2019, o alagoano Renan Calheiros concedeu entrevista na noite desta sexta-feira (7) ao jornalista Roberto D’ávila, na Globo News e afirmou categoricamente: “Eles jamais vão ter uma prova concreta contra mim”.
A frase foi uma das várias nos quase 30 minutos de conversa. O apresentador detalhou a trajetória do alagoano na política. “O senhor está na ribalta da política há quase 40 anos. Foi deputado estadual, secretário de estado, deputado federal, senador quatro vezes, presidente do Senado quatro vezes, ministro”, resumiu D’ávila.
Ao responder como conseguiu sobreviver ao “furacão eleitoral” nesta eleição que varreu boa parte dos caciques políticos brasileiros ele creditou a boa gestão do seu filho a frente do Governo de Alagoas. “Ele me indicou o caminho para sobreviver”, disse se referindo a seu filho.
Entretanto, Renan também falou de uma detalhe que o fez sobrevivente. “A longevidade que você pode ter na política requer um desafio diário que é a sua reinvenção. Se você não ter a capacidade da sua reinvenção fica muito difícil”, destacou o político nordestino.
Sobre o futuro governo Bolsonaro ele disse que não teve contato com ninguém, a não ser o Paulo Guedes, porque eu já o conhecia e foi convidado para um jantar. “A única coisa que eu posso revelar é que eu fiquei impressionado com a capacidade de raciocínio dele”.
D’ávila perguntou sobre sua candidatura a presidência do Senado e o que ele acha do poder desse cargo. “Você não escreve na constituição o limite do poder, você tem que garanti-lo no dia-a-dia, na relação institucional, na separação, na harmonia, que é uma coisa que você não pode obrigar. Então, qual é o poder? Eu quando fui presidente, fui afastando por um ministro por 15 dias, por conta de um processo que agora foi julgado”.
Ao citar esse episódio Renan Calheiros disse que só não será candidato se isso acontecer novamente. Ele explica que não é possível haver invasões nos poderes e dá exemplos do que ele acha que estaria errado no Poder Judiciário.
“O problema do judiciário no Brasil é estrutural. Não é o gasto, o salário, a cascata, não! O problema é o que o judiciário tem uma primeira instância que tem vergonha da instância superior. Ele vive usurpando a competência dos tribunais superiores, ele vive disputando o poder”.
Ao final da entrevista Renan expõe a frase que estampa essa manchete: “Eles jamais vão ter uma prova concreta contra mim, simplesmente porque eu nunca fiz esse tipo de malfeito. É por isso que eu acho que a Lava Jato é muito boa, mas ela não pode generalizar responsabilidade”.
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Por Lucas Malta / Da Redação