Editorial de Domingo: Trocando seis por meia dúzia

24 Maio 2015 - 10:08


Tempos de aplausos são escassos agora (Foto: Lucas Malta / Alagoas na Net/ Arquivo)

Tempos de aplausos são escassos agora (Foto: Lucas Malta / Alagoas na Net/ Arquivo)

Certamente o editorial deste domingo poderia tratar de inúmeros assuntos que marcaram a semana no Sertão. Fiscalizações ambientais, ações na segurança pública, entre outros temas que foram notícia, mas um, em especial chamou a atenção da comunidade santanense: a coletiva de imprensa marcada pela assessoria da Prefeitura de Santana do Ipanema ou, podemos afirmar, a assessoria especial do prefeito Mário Silva.

O mandatário da cadeira do Executivo reuniu parte de sua equipe num encontro com a imprensa do Município e tentou emplacar uma chamada mudança na gestão. A intenção foi clara como água cristalina, mas foi ainda mais exemplificada pelo mais novo contratado, ‘o marqueteiro’ vindo de outras plagas, pessoa que abriu o falatório. Em suas palavras o assessor deixou evidente que a popularidade do prefeito não andava das melhores. “O prefeito Mário Silva sofreu um pouco de rejeição, mas sabia das dificuldades”, declarava aquele que veio com a intenção de tentar mudar essa realidade. Em seguida tratou de comparar Mário Silva a um pai que cuida dos seus filhos.

Se não fosse o bastante, o novo membro da equipe Muda Santana emendou: “O que Mário tinha que passar, já passou”, [referindo-se aos maus momentos vividos, até agora, na gestão] e afirmou que o prefeito não ficaria registrado como um gestor de um só mandato. Ou seja, ali estava lançando o político do Partido Verde para brigar por sua reeleição. O recado de marketing foi passado à risca, ou como diria a gíria: direto e reto.

Para alcançar esse objetivo a tarefa não será fácil. O próprio Mario Silva foi o primeiro a não economizar nas lamentações e dificuldades que se passaram e as que ainda por ventura venham aparecer. Contudo, ao que se apresenta, à luz dos fatos e dos bastidores, o maior problema de Silva não se trata de interferências externas, como crise financeira e parcos recursos vindos do Governo Federal, a maior fonte de recursos do Município, mas sim na sua capacidade de superar conflitos internos, a começar por seus aliados.

O exemplo pode ser visto na própria cerimônia da coletiva, na qual o prefeito disse que as primeiras mudanças no “troca-troca” de cadeiras do secretariado aconteceram após a saída de Adenilson Oliveira, seu vice, da pasta de Obras e Transportes. Mário fez questão de explicitar que essa saída da pasta não afetou a relação política com o companheiro de gestão. Entretanto, por ironia do destino [ou outro motivo], Adenilson foi um dos que não esteve na referida coletiva.

E por falar do secretariado, analisemos as “mudanças” apresentadas pelo prefeito. Efetivamente, o nome considerado novo [mas não tão novo assim] acaba sendo o da funcionária pública Maria Aparecida, que assumiu a Secretaria Municipal de Educação. Sem nenhum desmerecimento da atual responsável, que já tinha assumido como secretária interina, é bom lembrar que a escolha acabou sendo a segunda opção [ou única que restou], já que o convite enviado ao empresário Francisco Lemos, não surtiu efeito.

Do resto, o gestor acabou fazendo um chamado remanejamento no time de poucos aliados, ou preferidos. Um vai pra cá, outro vai pra lá, sem muito explicar o motivo de o porquê cada um sair de seu setor. Como na coletiva não se foi questionado, ficam perguntas do tipo: esses secretários estavam ou não dando conta do recado? Qual a evolução deles em cada pasta? Quais seus trabalhos? E o principal, por que deles saírem de seus postos? As perguntas são as mais variadas, mas uma coisa é certa, tanto para o novo assessor quanto para o prefeito, a administração Muda Santana está mudando novamente, resta aguardar os próximos capítulos e ver para onde.

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