Alguns brasileiros fizeram um panelaço no ultimo domingo (Foto: Reprodução / internet)
Não teve tema mais difundido e propagado pelos meios de comunicação nesta semana que não fosse os protestos marcados para hoje, domingo (15).
A movimentação teve sua origem [ao menos é que se imagina] vindas das redes sociais na internet e através de mensagens em aparelhos celulares.
Convocações e mais convocações foram disseminadas por aqueles que acreditam que marchar na rua em nome do impeachment, ou sendo mais claro, execrar o PT do poder será a solução do nosso país.
Confesso que li e assistir inúmeros conteúdos sobre o tema. Tentei debater com pessoas de posições políticas diversas antes de escrever tais linhas. Queria poder ao menos ser iluminado com o dom de explanar argumentos o mais justo possíveis.
Pobre engano.
Mesmo passando por diversos pontos de vistas, sejam eles a favor ou contra os referidos protestos, ainda sim não consegui compreender realmente o que leva o “povo” às ruas nesta data.
A quem não entenda minhas colocações, é bom esclarecer que não estou aqui dizendo que a insatisfação popular, decorrente as absurdas medidas do atual governo federal, não são justas. Ao contrário, sou tão a favor da insatisfação, quanto qualquer manifestante, até porque, somente é este sentimento que se torna o estopim de alguma ação do ser humano.
O que contesto aqui é o resultado que essa insatisfação está ocasionando. Não é cabível [pra não soltar um estúpido], que milhares de pessoas, ou quem sabe milhões não olhem para o próprio umbigo, antes de falar e propagar asneiras sem o mínimo de reflexão.
Talvez essa palavra reflexão não passe nem perto do dicionário de pessoas que marchem hoje. Isso porque se esse trabalho pensante fosse feito, muitos saberiam que pedir o impedimento da presidente Dilma Russeff, além de ser infrutífero, somente alimentará o ego e satisfará a vontade daqueles que nunca sequer suportaram vê-la no poder.
Entre alguns dos textos que li nesta semana, um destacava o discurso de Marina Silva, durante uma palestra nos Estados Unidos. Na oportunidade ela foi questionada sobre o pedido de impeachment de Dilma. O que ela disse? Veja: “Governo não é como uma camisa que se troca todo dia. As pessoas devem ter maturidade em suas escolas”.
Outro conteúdo visto por este editor foi observsado minutos antes de escrever este texto. Desta vez assistia a um programa na internet, elaborado pelo jornalista Leonardo Sakamoto, intitulado de Havana Connection. Em sua terceira edição, Sakamoto e seus convidados [o deputado e professor Jean Wyllys, a jornalista Laura Capriglione e o professor e membro do MTST, Guilherme Boulos] abordaram alguns temas da semana, entre eles o famoso panelaço durante o pronunciamento da presidenta.
Cito esse conteúdo, para parafrasear algo do que foi dito neste debate e fazer o ultimo pensamento deste texto. “Isso é mais um ranso do que um movimento popular”, disse Guilherme Boulos sobre o panelaço promovido no ultimo domingo.
Essa frase entrou na minha cabeça e me fez pensar: será que as panelas vão aparecer novamente nas ruas do país, neste domingo, ou o brasileiro vai efetivamente mostrar que quer um debate sobre a política do País?
Por Lucas Malta / Editor