Inúmeros assuntos de cunho político poderiam estampar o editorial de hoje, vide as pautas como: os nomes de políticos alagoanos citados na investigação da Operação Lava Jato, ou as primeiras ações e discursos dos deputados estaduais na Assembleia Legislativa de Alagoas.
Entretanto, duas matérias divulgadas no início e no final desta semana merecem a abordagem neste espaço. Isso porque, aparentemente, pouco se reproduziu no meio do jornalismo diário ou opinativo alagoano.
O caso ao qual abordo trata-se de um flagrante e uma denúncia, estampadas em capas do jornal Extra de Alagoas. Uma veiculada na edição entre 1 à 6 de março, e a outra, por conseguinte, saiu no periódico vigente, de 6 à 12 do mesmo mês. Ambos os assuntos principais tiveram como protagonistas, membros do Poder Judiciário Alagoano.
Para o leitor menos atento, faço aqui uma pequena abordagem de cada um dos conteúdos jornalísticos.
A primeira manchete do Extra apontou o flagra nas contas públicas no final do ano passado, no qual integrantes do TJ [em sua maioria desembargadores e juízes] receberem um verdadeiro “presente de Natal” em forma de benefícios salariais. As cifras contabilizaram rendimentos de R$ 100 mil até R$ 200 mil para cada um deles, só em um mês.
Vale frisar uma das frases finais da matéria da repórter Vera Alves, que diz “Ainda que sejam legais, as tais, e nunca explicadas vantagens pessoais e eventuais que aboletam os bolsos da casta do Judiciário alagoano, são pagas com dinheiro público”.
O segundo assunto do jornal por sua vez atingiu peculiarmente um dos desembargadores. Coincidentemente, conterrâneo deste que vos escreve. A matéria mostra uma possível prática de tráfico de influência por parte do desembargador José Carlos Malta Marques, que presidiu a corte até o ano passado.
Nela o jornal aponta que no final de sua gestão, Malta Marques teria contratado de maneira irregular uma empresa de engenharia para a execução de obras em fóruns de todo o estado. A irregularidade mostrada era que um dos sócios da tal empresa é o filho do desembargador do TJ, Abdon Marques Neto.
Feito os lembretes de cada conteúdo, fica a cargo do leitor se informar mais sobre cada assunto e aos citados, caso queiram, responder da forma devida as indagações e acusações.
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O problema de conduta em nossos representantes [seja do Executivo, Legislativo ou Judiciário] parece até repetitivo, mas se olhado de maneira genérica, ele infelizmente é um simples resumo histórico do mundo individualista, no qual cada um só pensa no próprio umbigo.
Seja na Política, na Justiça ou em qualquer outro setor que envolva a utilização de recursos públicos é necessário que haja mais do que uma vigilância constante do cidadão. É preciso que se faça na prática, aquilo que se propaga nos discursos do “bem comum”.
Pregar a moral pode ser fácil, mas praticá-la no dia a dia é tarefa para poucos.
Por Lucas Malta / Editor