Já havia decidido que neste Carnaval não iria cair na folia, mas sim realizar um programa mais caseiro e voltado há alguns trabalhos pendentes. Entretanto, na noite de ontem, sábado (14), após convite de uma colega decidi sair às ruas da minha cidade, Santana do Ipanema e dar uma espiada na velha e tradicional bagunça (no bom sentido).
Esperava encontrar inúmeras pessoas ao som dos Paredões na Praça Dr. Adelson Isaac de Miranda, já que foi essa a promessa feita pela Prefeitura, que anunciou a não realização da festa momesca, mas que compensaria com a liberação do equipamento para os jovens.
As pessoas até que estavam lá… os paredões também, mas para minha surpresa e dos presentes, recebi a informação de que a Polícia Militar não havia liberado a execução dos sons.
Ao mesmo tempo, também percebi a chegada de um trio elétrico que passava pela praça e que tinha a intenção de puxar os foliões. Esse caminhão, que era animado por uma banda local, fazia parte da programação de um evento organizado por um grupo intitulado “União dos Blocos santanenses” (ou algo assim). Após a passagem desse trio, restou o silencio e as perguntas de quem estava no local.
Porque os sons não estavam ligados? O que aconteceu com a festa prevista pela Prefeitura?
Em busca de respostas, questionei um dos militares que ali trabalhavam e o resultado foi imediato: Olha, o comandante (do 7º BPM) veio e não autorizou que ligassem o som, pois não recebeu nenhum oficio da Prefeitura sobre isso.
Depois disso não me restou muito a não ser voltar pra casa, mas nesse momento um morador me aborda e diz que a festa estaria “rolando” próximo ao Colégio Ormindo Barros, local onde o trio (aquele que passou na praça) havia estacionado e preparava outra banda para apresentar. Fui até lá e percebi que não demorou pra que o local indicado recebesse os foliões santanenses. Uns já tinham acompanhado o caminhão, outros foram chegando aos poucos. Logo a rua estava repleta e animada.
Confesso que não permaneci até o final da festa, mas fiquei tempo suficiente para ouvir de um dos locutores os agradecimentos a um dos apoios daquela festa, diga-se de passagem, o maior incentivador: o vereador Papa Tudo, Presidente e líder da oposição na Câmara de Vereadores de Santana.
Também no local tive a oportunidade de ver o comunicado do servidor público de Santana e representante da Assessoria de Políticas Públicas para a Juventude, Edilson Barbosa, que anunciava, através do Facebook o seu desligamento de tal assessoria. Em partes da nota ele escreveu: “Respeito, moral não é pra qlq pessoa… Eu não vou deixar acabar a única coisa que eu preservo” (sic).
Com a curiosidade característica de um bom jornalista, aproveitei e emendei uma pergunta ao ex-assessor: “Edilson, aproveito a oportunidade para saber o motivo da não realização dos paredões?”. O ex-assessor não titubeia: “Liga para o prefeito e pergunta… esse é o motivo da minha saída de tudo”, desabafou ele.
Para o folião, qualquer festa é festa e o que tiver rolando, seja paredão ou trio, será bem vindo. Agora, para o clima político não resta dúvida que o Carnaval mal começou e o placar entre situação e oposição já foi aberto. Com direito a gol contra.
Por Lucas Malta / Editor