A criação deste espaço, chamado Editorial de Domingo, veio da ideia de levar reflexões que abordem os mais variados assuntos em diversos aspectos. A prova está publicada a cada semana, quando tratamos desde política, esporte, cultura, meio ambiente, até qualquer outro assunto de relevância a região sertaneja ou alagoana.
Um espaço reflexivo não se reduz apenas a fazer meros e rasos elogios, mas também é composto de críticas construtivas, quando necessário. O último texto é o exemplo disso, pois abordou a crise política administrativa vivida pelo prefeito de Santana do Ipanema, Mário Silva (PV). A ideia seria variar e não ser repetitivo, até para não se mostrar chato, entretanto, diante do destempero apresentado nesta semana pelo gestor de Santana do Ipanema, não poderíamos deixar de avaliar algumas de suas palavras, durante entrevista ao programa Liberdade de Expressão, da rádio Milênio FM.
Mário Silva concedeu uma entrevista na ultima quinta-feira à radialista Evânia Meires, onde acusou este veículo de comunicação de perseguição contra o seu governo. Para ele, os últimos assuntos abordados pelo Alagoas na Net são mentirosos e mostram um “rancor” dessa equipe jornalística, ou somente deste editor, o qual sequer foi citado o nome, de tamanha ojeriza. O prefeito também não mediu palavras para dizer que o site não estaria divulgando nada de bom do seu governo. E ainda foi além, se autoafirmando um político muito democrático.
Quanto ao mérito de divulgações de coisas boas peço que o próprio prefeito acesse o site Alagoas na Net, pois parece que ele só vê, ou ouve, as coisas que seus assessores avisam. Os internautas assíduos deste portal sabem do conteúdo que publicamos e, diante disso, não vou aqui me ater a tamanha pequenez.
Mas, o que dizer de um comentário que fala de perseguição ao prefeito? Ora, quem somos nós para perseguir quem quer que seja. A isto só posso repetir e concordar com um dos comentários que apareceram neste portal: “o prefeito não aguenta arrocho”.
A bem da verdade vou além deste comentário, e o que vejo é uma falta de humildade, ou arrogância mesmo, ao não reconhecer seus próprios erros e aceitar críticas. Ao que parece, a imprensa boa, para ele, é aquela que somente balança a cabeça e sorri diante de suas falhas, mesmo estas sendo as mais gritantes e toscas possíveis.
Não senhor prefeito, este não é o perfil deste portal, nem daqueles que com ele colaboram. Nunca foi.
É hilário ouvir do senhor e até de alguns de seus “aliados” que agora o site está rancoroso ou passível de ser vendido, somente porque não concorda com uma política altamente centralizadora e mesquinha. Diante disso senhor prefeito, não podemos deixar aqui de relembrar que, em outro momento político, onde o portal apontava erros na gestão anterior, esses mesmos que hoje falam em rancor, admiravam fielmente este meio de comunicação. E aqueles que eram criticados, apesar das duras, mas honestas indagações, nunca fecharam-se para um diálogo, nem sequer incitaram coisa parecido a qual o senhor hoje levanta. Que engraçado não é, senhor prefeito?
Na visão destes ainda aliados, e para o senhor que bradou em outro veículo de comunicação, o site só seria bom se falasse que vossa excelência estaria indo bem. Sinto informar, mas o site vai continuar muito ruim para vocês. E isso, não porque a partir de agora teremos outra postura, ou seremos vingativos, mas sim porque, ao que tudo se apresenta o senhor demonstrou que realmente decidiu se enclausurar numa redoma, e achar que todos os que o criticam estão falando asneira.
Não será a voz de um gestor desesperado e amparado por um time de assessores à beira do rebaixamento, que dirá como este veículo deve se comportar. A lei é bem clara quando diz que o gestor público tem o dever de mostrar eficiência, com a necessidade de tornar cada vez mais qualitativa a atividade administrativa. E isso é só o começo de suas obrigações. Quando este não faz o seu “dever de casa”, cabe ao cidadão reivindicar e aos meios necessários, neste caso o da imprensa, abrir o espaço para o debate, reflexivo e crítico.
Este veículo de comunicação, fincado em uma das principais cidades do Sertão, não se curvará a ameaças mesquinhas e baratas, de um agente público que se diz democrático. A história mostra que os moradores dessa terra já sofreram bastante com discriminações relacionadas à violência e outros despautérios, desde os tempos do coronelismo. Hoje os tempos são outros, mas as práticas de algumas pessoas parecem ainda não ter mudado.
Por Lucas Malta / Editor