Economistas se formam divididos entre mercado de trabalho e docência

31 jan 2013 - 08:14


Curso de Ciências Econômicas da Ufal completa 49 anos formando profissionais capacitados para as duas áreas

Indicadores, custos, inflação, déficit, juros… Termos bastante usados entre economistas, mas cada vez menos estranho para quem, até então, não entendia nada sobre eles. A popularização da economia, que tornou o acesso à informação mais fácil e menos complexo, tem despertado o interesse dos jovens em se aprofundar nas teorias e práticas da profissão. Durante quase meio século de ensino, o curso de Ciências Econômicas da Ufal percebe o crescimento gradativo da procura pela graduação.

“É uma tarefa um pouco mais humana, um conhecimento que liberta, porque você ensina a resolver um problema”, comentou o coordenador do curso de Ciência Econômicas da Ufal, Luiz Eduardo Simões de Souza. Integrado à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac) e um dos mais antigos do País, o curso completa 49 anos com um histórico de ações consolidantes e esforço mútuo pela ascensão na escala qualitativa de reconhecimento, prezando pela formação de economistas capacitados para o mercado e para a docência. “Os alunos saem aptos para atuar tanto na esfera pública quanto privada, em diversas atividades, desde a operação em mercado financeiro até a área acadêmica. E a graduação dá uma boa base para isso”, destacou Simões.

O coordenador alega que por não ser um dos cursos mais concorridos da Ufal, é fácil entrar, mas permanecer e finalizar a graduação em economia vai exigir muito do aluno. Ele mesmo é um exemplo disso. Depois de concluir o curso de História, acreditou que a base da primeira formação facilitaria os estudos em Economia. “Eu achava que Economia era metade história e metade matemática. Mas a realidade me mostrou outro caminho. Tive que aprender sociologia, estatística, cálculo e teoria econômica. É fascinante! Terminei o curso mais curioso do que entrei”, contou.

Novos propósitos

Para acompanhar o ritmo de crescimento do profissional que se forma em Economia, e se adequar às novas diretrizes curriculares nacionais, o Colegiado do curso de Ciências Econômicas iniciou, em 2009, um novo Projeto Político-pedagógico para a graduação. Com a reformulação da grade curricular, a pretensão é diminuir os índices de reprovação e evasão, além estimular o número de egressos e aumentar o grau de avaliações no Ministério da Educação (MEC).

Os resultados já estão surtindo efeito. Depois de um intenso trabalho de conscientização sobre a importância da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enade), os professores se uniram para preparar os alunos e revisar os conteúdos exigidos na avaliação. O curso obteve conceito 3 na última edição do Enade, mas com indicação de que tem potencial para mudar essa nota. “Isso é um trabalho de continuidade. Jogamos a sementinha e vamos cuidar para que a planta cresça e se desenvolva saudável. A nossa meta é ter um curso cada vez melhor, com alunos mais qualificados, motivados e curiosos”, atestou Simões.

O coordenador também destaca a importância de avançar com integração. “Nosso projeto acadêmico é inclusivo, onde todos têm seu espaço e voz, e, sobretudo, é tolerante e pluralista, independente de orientação pessoal, social ou política”, acrescentou. (Conheça o projeto político pedagógico)

Perfil de egressos e estrutura

De acordo com o projeto, a pretensão é ter um profissional com duas características fundamentais: flexibilidade intelectual e capacidade de intervenção prática na realidade. O estudante do 3º período, Marcus Vinícius, tem esse perfil. Ele se diz entusiasmado já no início do curso de Ciências Econômicas e conta que se engaja em grupos de pesquisa para definir onde quer atuar.

“Interessei-me pela área lendo jornais, então fui buscar o conhecimento, saber como funciona o mecanismo da Economia até entender onde chegamos”, revelou. O ambiente acadêmico criado na Feac, com cerca de mil alunos, conta com uma estrutura composta por 25 professores, dos quais 15 são doutores. A excelência se reflete na produção intelectual que é uma das mais volumosas na área de Ciências Sociais Aplicadas do Nordeste.

O curso tem grupos de estudo e projetos de extensão que ofertam vagas para bolsas de iniciação científica. As práticas também são exercitadas numa revista científica e numa empresa de consultoria formada por estudantes. Único curso com pós-graduação da Feac, Ciências Econômicas oferece 120 vagas nos turnos da manhã e noite e pode ser concluído entre quatro a oito anos.

Concluintes e mercado

Toda preocupação de um formando é iniciar com êxito a fase profissional. De acordo com o coordenador Luiz Eduardo Simões, o aluno da Ufal não tem um padrão de caminho a seguir. Muitos atuam como consultores, outros vão para trabalhar em órgãos públicos e outros tantos continuam a área acadêmica. Inclusive, alguns professores do curso são ex-alunos.

Essa é a trilha traçada por Rafael Aubert, que está no último período e pensa em continuar estudando na tendência do foco para a problemática local e regional. “Quero fazer mestrado, porque gosto de pensar a economia alagoana, os problemas locais num lugar que há tantas riquezas ambientais, mas que não refletem nos indicadores”, contou, descrevendo todos os planos que tem pela frente.

Segundo o professor Simões, até mesmo quem não tem pretensão pela docência procura somar títulos, seja uma especialização, mestrado ou MBA, porque o mercado está cada vez mais exigente e competitivo. “Em Alagoas o setor público oferece mais vagas, é muito procurado, porque as pessoas estão mais dispostas a trabalhar pela sociedade. Diferente do que acontece em outros estados, onde as empresas privadas concentram os melhores salários. Mas apesar de restrito, o mercado alagoano sempre tem vagas para quem busca qualificação”, comentou.

Veja algumas dicas de áreas para atuação do economista:

– Mercado financeiro

– Consultoria e Assessoria

– Orientação em Comércio Exterior

– Estudos Mercadológicos

– Magistério

– Perícia

– Arbitragem

– Setor Público

– Viabilidade econômica de novas empresas

 Por Ascom UFAL

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